13 DE JULHO DE 2017
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O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — A «geringonça», que se habituou aos ventos favoráveis e às boas
notícias, ainda não encontrou um caminho para responder aos anseios dos portugueses depois das
tempestades das últimas semanas. Quando se vê o Estado falhar clamorosamente, como todos nós vimos, a
autossuficiência e a arrogância estão mais deslocadas do que nunca e «atirar areia para os olhos» só agrava a
situação.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Parada nas águas mortas que se seguiram à tempestade, a
«geringonça» espera por novos ventos favoráveis que façam esquecer o que aconteceu e que possam devolver
o encantamento anterior.
Mas agora que ficaram expostas as fragilidades, as contradições, as simulações, o calculismo e o populismo
latente, começa a sentir-se que precisamos coletivamente de mais qualquer coisa.
O País, pelo menos, precisa de liderança e de objetivos mobilizadores e efetivos. Ficar unicamente à espera
de melhores ventos e da sorte não chega.
Precisamos, enquanto País, de muito mais!
Aplausos do PSD, de pé, e de Deputados do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, inscreveu-se, para lhe pedir esclarecimentos, o
Sr. Deputado João Galamba.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.
Deputado Pedro Passos Coelho, o debate sobre o estado da Nação não é só sobre o estado da Nação, também
é sobre o discurso da oposição.
Vozes do PSD: — Oh…!
O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Deputado, deixe-me dizer-lhe que todos nos lembramos do seu discurso
do estado da Nação de 2016 e a primeira conclusão do debate sobre o estado da Nação de 2017 é que o seu
discurso de 2016 fracassou e não tinha qualquer viabilidade.
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado está mais preocupado em fazer um discurso autojustificativo de revisitação do seu passado
e não deixa de ser curioso que, no momento em que pronunciou a palavra «futuro», acabou o seu discurso.
O Sr. Deputado, hoje, não tem para os portugueses nenhuma ideia, nenhum projeto, nenhum objetivo.
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado, no ano passado, decretou aqui que o modelo económico do Governo era inviável, que a
economia estava a cair, que os índices de confiança em colapso, que o desemprego estava a aumentar, que o
emprego estava a cair e que os investidores estrangeiros estavam em fuga acelerada do País. Não vi aqui, em
nenhum momento do seu discurso, o reconhecimento de que estava errado e que se passou exatamente o
oposto de tudo aquilo que andou a anunciar durante um ano.
Aplausos do PS.
Depois do fracasso total da sua estratégia e do seu discurso o Sr. Deputado veio aqui tentar apresentar-se
como o defensor da despesa pública e do Estado social e, a partir de agora, ficamos a saber — o que é bom