I SÉRIE — NÚMERO 1
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abusivo pago pelos consumidores — 2500 milhões de euros, diz a ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços
Energéticos) —, seja devolvido e, para a frente, este subsídio deve ser simplesmente eliminado.
Este é o mandato que o Parlamento deu ao Governo, este é o mandato em relação ao qual o Governo tem
de responder perante o País e esperamos que o resultado da revisão dos CMEC venha a permitir, pela primeira
vez em mais de uma década, reduzir a fatura elétrica em Portugal.
Somos o País que paga a fatura elétrica mais alta da Europa e temos recordes tristes do ponto de vista da
pobreza energética e da mortalidade sazonal resultante dessa pobreza energética.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. JorgeDuarteCosta (BE): — Essa realidade só se agravou ao longo dos mandatos da direita e é essa
herança negra, que resulta do exercício da vossa política e da dos governos anteriores, que estamos a tratar de
corrigir e vamos com muita determinação — e da parte do Bloco de Esquerda podem ter a certeza disso — atrás
desses resultados.
Aplausos do BE.
O Sr. HélderAmaral (CDS-PP): — Tem alguma portaria para apresentar?
Entretanto, reassumiu a presidência o Presidente Ferro Rodrigues.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos dar início ao debate conjunto da proposta de resolução n.º
49/XIII (2.ª) — Aprova o Acordo Económico e Comercial Global entre o Canadá, por um lado, e a União Europeia
e os seus Estados-membros, por outro, assinado em Bruxelas, em 30 de outubro de 2016, e dos projetos de
resolução n.os 930/XIII (2.ª) — Pela rejeição do CETA — Acordo Económico e Comercial Global entre a União
Europeia e o Canadá (Os Verdes), 1050/XIII (2.ª) — Rejeita a aprovação para ratificação do Acordo Económico
e Comercial Global (CETA) entre a União Europeia e o Canadá (PCP), 1052/XIII (2.ª) — Pela rejeição do Acordo
Económico e Comercial Global — CETA (União Europeia-Canadá) (BE) e 1053/XIII (2.) — Pela rejeição do
Acordo Global de Economia e Comércio entre a União Europeia e o Canadá (CETA) (PAN).
Para apresentar a proposta de resolução, tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Europeus,
a quem aproveito para dar as boas-vindas a este Plenário.
A Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Europeus (Ana Paula Zacarias): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Deputados: Para mim, é uma honra estar pela primeira vez neste Hemiciclo, sobretudo para vos propor a
aprovação do Acordo Económico e Comercial Global entre a União Europeia e o Canadá.
O CETA é o mais moderno e o mais abrangente dos múltiplos acordos de que Portugal é signatário.
Trata-se, neste caso, de um Acordo com um parceiro com quem partilhamos seguramente interesses
comerciais, que são complementares, mas também uma história baseada em valores, interesses comuns e um
compromisso compartido com o desenvolvimento sustentável e com altos padrões ambientais, de segurança
alimentar e de defesa do consumidor.
Desta forma, procura-se regular o comércio internacional e dar, assim, um contributo importante para a
regulação da globalização.
Como já foi dito aqui várias vezes, pensamos que este acordo trará para a União Europeia e para Portugal
oportunidades económicas importantes na área dos bens e dos serviços, dos fluxos de investimento, da criação
de emprego e no reconhecimento de qualificações profissionais.
Ao longo das negociações, Portugal pugnou pelos seus interesses de maneira a garantir, entre muitas outras
coisas, a proteção dos direitos de propriedade intelectual e o reconhecimento de 20 indicações geográficas
portuguesas.
O CETA preserva igualmente o direito de regular da União Europeia. A União não abdicou da prerrogativa
de adotar normas mais exigentes no futuro e de gerir, de forma mais adequada, os serviços públicos.
O CETA consagra um novo modelo de tribunal de investimento bilateral, que, é certo, não sendo perfeito, dá
maior segurança jurídica às partes pela designação dos juízes nomeados pelos Estados-parte do acordo.