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I SÉRIE — NÚMERO 25

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Atualmente, quem contrata uma prestação de serviços, quem contrata trabalho a recibo verde, está

dispensado de contribuir para a proteção social do trabalhador. Na verdade, só 23 000 entidades contratantes

contribuem e essas entidades pouco pagam, 5%. Com o novo regime, esta taxa das entidades contratantes

duplica e duplica também o número de entidades chamadas a contribuir.

É uma questão de justiça, como é uma questão de justiça mexer nas isenções. Elas mantêm-se para quem

é pensionista, elas mantêm-se durante os primeiros 12 meses para quem entra no sistema, elas mantêm-se

para quem tem um contrato de trabalho por conta de outrem, com a exceção de quem, apesar de ter esse

contrato, tem um salário ou ainda um rendimento superior a 2449 €/mês, o que corresponde a 1% dos

trabalhadores independentes. São 9000 pessoas em todo o País que passarão a contribuir e que serão

beneficiadas por também estarem a reforçar a sua reforma.

Este regime, como já disse, não resolve, nem tem como objetivo resolver, o problema da precariedade dos

trabalhadores a falsos recibos verdes. Para isso, é preciso aplicar a lei e atribuir os contratos devidos a quem

não é verdadeiro trabalhador independente.

Mas, para os trabalhadores independentes, este regime traz justiça, mais proteção social, contribuições

adequadas à oscilação dos seus rendimentos, responsabilização das entidades contratantes. É um passo de

gigante para muitos milhares de trabalhadores cujos direitos têm sido esquecidos.

Termino, dizendo que há anos que o Bloco de Esquerda se bate por uma alteração corajosa das contribuições

dos trabalhadores a recibo verde e, com este acordo, dá-se hoje um passo muito importante nesse sentido. Esta

é uma vitória dos trabalhadores a recibo verde, é uma vitória para centenas de milhares de pessoas cujos direitos

foram, de facto, esquecidos durante demasiado tempo.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado José Soeiro, a Mesa regista a inscrição de três

Srs. Deputados para pedir esclarecimentos. Como quer responder?

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Presidente, responderei, primeiro, a dois pedidos de esclarecimento

e, depois, ao terceiro.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado José Soeiro, afinal há ainda mais uma outra

inscrição para pedir esclarecimentos, perfazendo quatro no total.

Sendo assim, responde em blocos de dois?

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, então, a palavra o Sr. Deputado António Carlos Monteiro

para o primeiro pedido de esclarecimento.

O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, o Sr. Deputado José Soeiro trouxe o tema das

contribuições dos trabalhadores a recibo verde.

Sr. Deputado, em 2016, os senhores negociaram no Orçamento do Estado uma autorização legislativa para

o Governo alterar este regime. Não sei se o Sr. Deputado já olhou para o calendário, mas estamos no final do

ano de 2017 — 13 de dezembro é o dia de hoje!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Ainda não tinha reparado que estávamos a 13 de dezembro!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Qual é o problema?

O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Ora, até já foi aprovado o Orçamento do Estado para 2018, e

os senhores fazem uma declaração política assente numa notícia de jornal, dizendo que chegaram finalmente

a acordo com o Governo?!