13 DE DEZEMBRO DE 2017
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A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Bem lembrado!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Isto tem algum sentido?! Isto tem alguma justiça?! Já para não falar de
um truque…
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Já para não falar do detalhe de há 15 dias, quando lhes aumentaram
os impostos!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — … que fez o Sr. Ministro, ex-Ministro Mota Soares — felizmente é ex-
Ministro e é um alívio que seja ex-Ministro! — e que teve um resultado muito evidente: pôr 40% dos trabalhadores
a recibo verde a descontar sobre uma base de incidência de 209 €, ou seja, a construir pensões de m iséria e
carreiras contributivas pobres,…
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — A preocupação do CDS!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — … que não dão acesso a proteção social.
Portanto, Sr. Deputado, pergunto-lhe: é contra ou a favor de que se alargue a proteção social aos
trabalhadores independentes? É contra ou a favor de que se ajustem as contribuições a períodos de rendimento
que correspondam aos trimestres? É contra ou a favor das regras mais justas na repartição do esforço
contributivo?
Sobre a pergunta concreta de saber o motivo pelo qual há uma coisa que entra em janeiro, outra que entra
a meio do ano e outra que entra no 3.º trimestre, a resposta é muito fácil.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Desde 2016 que estamos para saber!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Deputado, pense só nisto: como é que se afere uma entidade
contratante? Só se afere no final do ano. Como é que vai passar a ser o regime para os trabalhadores? Por
trimestre.
Protestos do Deputado do CDS-PP António Carlos Monteiro.
Logo, para que o regime funcione no último trimestre de 2018 para os trabalhadores, temos de aferir qual é
a sua entidade contratante desde o início do ano. Não é muito difícil de compreender.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — É só para o CDS!
Protestos do Deputado do CDS-PP António Carlos Monteiro.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Só leu a capa do jornal…
Protestos do Deputado do CDS-PP António Carlos Monteiro.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr.ª Deputada Rita Rato, o Bloco de Esquerda, como o PCP, inscreveu
no acordo que fez com o Partido Socialista esta matéria. O Bloco de Esquerda, como o PCP, aprovou, em 2016,
a norma programática para serem revistas as bases de cálculo das contribuições destes trabalhadores. E o
Bloco de Esquerda, como o PCP, esteve junto, com o Partido Socialista também, na aprovação de uma
autorização legislativa que já continha os traços gerais deste novo regime que agora foi acordado e que será
levado a Conselho de Ministros.
Por isso, temos essa convergência sobre a necessidade desta alteração, mas também temos convergência
sobre uma outra matéria que a Sr.ª Deputada aqui trouxe, que é o combate à precariedade, evidentemente.