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13 DE DEZEMBRO DE 2017

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A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Acha que só chegámos a acordo por uma notícia de jornal?!

O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Ó Sr. Deputado, isto é pura política virtual! É pura política

virtual!

Nós não conhecemos as propostas, não conhecemos o que os senhores estiveram a negociar e aquilo que

tememos é o pior. É que os senhores começaram por anunciar que queriam melhorar a vida dos trabalhadores

independentes para logo a seguir vir a Sr.ª Secretária de Estado da Segurança Social dizer que era impossível

afirmar que não haverá aumento dos descontos para alguns trabalhadores.

Pois é, Sr. Deputado, o que sabemos é que, no ano de 2018, o fim do regime simplificado vai tornar a vida

dos trabalhadores independentes num inferno e aquilo que os senhores estão a fazer com a alteração do regime

contributivo arrisca-se a somar a esse mesmo inferno. Não podemos deixar de registar que, para o Bloco de

Esquerda, todos os trabalhadores independentes são trabalhadores a falsos recibos verdes.

Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.

Aquilo que vemos, mais uma vez, é política virtual.

Protestos da Deputada do BE Joana Mortágua.

Em relação às empresas, aquilo que registamos é que o aumento das contribuições começa logo em janeiro

de 2018, já a redução de taxas que os senhores anunciaram para os trabalhadores…

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, vou pedir-lhe para terminar.

O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — … será só no último trimestre de 2018, ou seja, lá para 2019.

Portanto, Sr. Deputado, peço-lhe que esclareça o seguinte: o Bloco de Esquerda está, mais uma vez, a tentar

enganar-se a si próprio ou está a tentar enganar os trabalhadores a recibo verde? Era bom que o esclarecesse.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita

Rato.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Soeiro, saúdo-o pela intervenção que aqui fez,

porque, de facto, o combate ao trabalho a falsos recibos verdes e a revisão do regime contributivo dos

trabalhadores independentes para a segurança social é uma matéria muito importante, que tem merecido da

parte do PCP uma intervenção e uma dedicação que não ficam atrás daquela que é a necessidade de

intervenção nesta matéria.

No Orçamento do Estado para 2016, o PCP apresentou uma proposta de acordo com a qual o Governo

deveria proceder à revisão da base de cálculo das quotizações e das contribuições dos trabalhadores

independentes para a segurança social, tendo por base o rendimento realmente auferido por estes

trabalhadores. E isto não é pouca coisa, porque, de facto, o que está hoje em vigor prejudica grandemente estes

trabalhadores.

Importa dizer, sobre esta matéria, que estamos a falar dos verdadeiros trabalhadores independentes, porque

uma outra realidade paralela é o problema do recurso ao trabalho a falsos recibos verdes.

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Neste caso, a única solução possível para um trabalhador a falsos recibos verdes

é a garantia de um contrato de trabalho efetivo e com direitos.

A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Exatamente!