25 DE JANEIRO DE 2018
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Enquanto o Governo PSD/CDS procurava salvar o País da bancarrota em que foi colocado pelo Governo de
José Sócrates, o PS lavava as mãos como Pilatos e prometia à boca cheia, no distrito de Castelo Branco, que,
quando voltasse a ser governo, iria de imediato acabar com as portagens na A23.
A questão é esta: o PS ou o Governo das esquerdas cumpriram? Não cumpriram! Aliás, primeiro aumentaram
as portagens para depois fazerem a pantomina de as baixar. Afinal, ficar tudo igual.
Enquanto o anterior Governo do PSD renegociava os contratos das parcerias público-privadas rodoviárias,
tendo conseguido poupanças de quase 3000 milhões de euros — números da UTAO (Unidade Técnica de Apoio
Orçamental), uma entidade independente —, pergunto o que é que andava a fazer o PS. Andava a lavar as
mãos como Pilatos e a prometer que acabava com as portagens. E o que fez o PS desde que chegou ao
Governo? Mantém as portagens, assobia para o lado e lava as mãos como Pilatos.
Srs. Deputados, a pergunta que se impõe é esta: para o ano que vem, na campanha das legislativas, o PS
vai voltar a prometer acabar com as portagens no distrito de Castelo Branco? E estão à espera que as pessoas
acreditem?
Vamos lá agora falar de estradas.
No distrito de Castelo Branco e no que se refere às estradas, há dois eixos viários essenciais para o
desenvolvimento de toda a região: o IC6, entre Coimbra e a Covilhã, e o IC31, que deverá ligar a A23, na zona
de Castelo Branco, a Termas de Monfortinho, aquela que passará a ser a via mais curta entre Lisboa e Madrid.
Também na campanha eleitoral, o PS prometeu concretizar estas duas obras, mas, passada mais de metade
da Legislatura, é claro, neste momento, que estas promessas também caíram em cesto roto.
Sr.as e Srs. Deputados, todas as promessas feitas pelo PS durante a campanha eleitoral caíram em cesto
roto!
A pergunta que se impõe é esta: para o ano que vem, na campanha das legislativas, vão voltar a prometer
concluir o IC6 e o IC31 no distrito de Castelo Branco? E estão à espera que as pessoas acreditem?
Sr.as e Srs. Deputados, o Instituto Politécnico de Castelo Branco teve, em 2015, com o anterior Governo, um
orçamento superior a 24 milhões de euros e, com este Governo, teve 20 milhões em 2017, ou seja, menos 4
milhões.
Srs. Deputados, «quem ama é quem cuida» e o PSD, com a troica do PS às costas, cuidava mais.
A Universidade da Beira Interior (UBI) recebeu por aluno, em 2017, 3500 €, menos do que qualquer outra no
País, a Universidade do Algarve recebeu mais 1000 € por aluno e a Universidade de Évora recebeu mais 1500
€ por aluno. Porquê? Porque é que o atual Governo não gosta do distrito de Castelo Branco? Porque é que a
maioria insiste em penalizar este pedaço de interior e os que ainda lá moram? Os alunos das outras
universidades precisam de mais dinheiro do que os da UBI? Porquê? Tem de ser explicado.
Em todo o interior não há um centro de medicina nuclear, sendo a Cova da Beira a região do País que fica
mais longe de um hospital com este serviço.
Os doentes da Covilhã e do Fundão que fazem atualmente quimioterapia — e são perto de 100 — têm de ir
fazer os seus tratamentos a Coimbra, com um martírio de três horas de viagem para cada lado. Não é humano
obrigar um doente a fazer três horas de viagem depois de ter feito quimioterapia, mas é a política deste Governo.
O PSD sempre se preocupou com os problemas da interioridade, tendo apresentado, no início da Legislatura,
um projeto de lei que visa a criação de um estatuto dos territórios de baixa densidade, uma lei-quadro para
começar a promover a coesão territorial de forma efetiva.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Apoiado!
O Sr. ÁlvaroBatista (PSD): — Depois da troica, era tempo de fazer. E o que fizeram as esquerdas?
Amuaram, porque a ideia não foi deles.
Num dia à noite, escreveram num papel umas quantas medidas desgarradas para fazer de conta que faziam
sem fazer coisa nenhuma. Anunciaram-nas aos quatro ventos e descansaram.
Srs. Deputados, convenhamos que algumas medidas deste Governo para o interior não passam de
caricaturas. Fazer exercícios militares no interior? Levar a Vila Velha de Ródão ou a Belmonte uma ópera ou
uma peça do Teatro D. Maria não vai rejuvenescer a população nem criar oportunidades para os jovens.
Recentemente, o Governo teve, inclusive, o descaramento de vir dizer que estava quase tudo feito nas suas
medidas para a interioridade.