I SÉRIE — NÚMERO 46
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Srs. Deputados, a direita está paralisada, mas o País não está. Portugal avança, apesar das posições do
PSD e do CDS, e avança precisamente porque desde 2015 estamos a fazer o contrário do que os senhores
defendem.
Nós defendemos mais emprego, mais emprego confirmado por todos os dados que temos disponíveis.
Assim: a taxa de desemprego no ano passado ficou em 8,1%, caiu mais de 20% num ano e está em mínimos
de nove anos; temos a maior criação de emprego dos últimos 19 anos e estamos bem acima da média europeia;
a população empregada está no valor mais elevado desde 2010; num ano a economia portuguesa ganhou 161
000 postos de trabalho, sendo, aliás, o maior aumento percentual e absoluto das séries oficiais desde 1998;
desde o início da Legislatura, temos menos 224 000 desempregados e quase mais 300 000 novos empregados;
o número de jovens sem trabalho caiu quase 13% num ano; o desemprego de longa duração caiu mais de 30%;
e a criação de emprego superou largamente a redução do desemprego, o que demonstra que um número muito
significativo de portugueses saiu dos desencorajados. Mais emprego!
Mas, para nós, não chega necessariamente mais emprego. Nós queremos somar qualidade à quantidade.
Nós queremos melhor emprego,e isso, hoje, também é cada vez mais uma realidade.
Temos melhor emprego nos salários, um aumento de 15% do salário mínimo desde o início da Legislatura e
o salário médio a crescer 2% ao ano.
Temos melhor emprego na qualidade da contratação. Ao contrário dos disparates que já aqui ouvimos, há,
obviamente, menos precariedade hoje do que durante a vossa governação. Aliás, quando dizem isso, confirmam
o desastre que aconteceu no mercado de trabalho, já que é evidente que, quando o emprego cai, a precariedade
estatística diminui, porque são os trabalhadores temporários e a prazo os primeiros a serem despedidos. O valor
mais baixo dos contratos a prazo foi em 2012, ano de desemprego aflitivo e da destruição de milhares de postos
de trabalho. Por isso, a precariedade não baixa por boas razões, foi baixa porque os senhores destruíram o
mercado de trabalho.
Connosco, em 2017, os contratos sem termo representaram 85% da variação homóloga do emprego criado
e estão bem acima dos valores de 2016. O crescimento dos contratos a termo é de 7,4% e dos contratos sem
termo é de 5,9% — com 80% do ganho líquido de emprego a representar contratos permanentes. Mais emprego,
melhor emprego.
E por melhor emprego continuaremos a trabalhar neste Parlamento, aprovando e executando as medidas
relativas ao código laboral que estão no nosso Programa do Governo.
Mais emprego sob todos os indicadores e em todos os segmentos, melhor emprego na qualidade da
contratação, na estabilidade laboral e na remuneração do trabalho.
São dados que as estatísticas confirmam e que os portugueses reconhecem.
Um contrato estável com um salário digno não é uma benesse, não é uma segurança abusiva nem é algo do
passado,…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — … é o pilar mais importante de uma sociedade decente para a qual,
ao longo dos últimos dois anos, temos dado o nosso firme contributo.
Assim prosseguiremos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Srs. Deputados, encerramos assim o debate de atualidade,
requerido pelo PS, sobre «Mais emprego, melhor emprego», ao abrigo do artigo 72.º do Regimento.
Passamos ao ponto dois, com a discussão dos projetos de resolução n.os 1243/XIII (3.ª) — Contratação
definitiva dos profissionais de saúde colocados ao abrigo do plano de contingência da gripe ativado entre 1 de
novembro de 2017 e 31 de março de 2018 (BE) e 1246/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo a abertura de
concurso para contratação de médicos recém-especialistas até 30 dias após a conclusão do internato médico
(BE), juntamente com, na generalidade, o projeto de lei n.º 766/XIII (3.ª) — Estabelece a obrigatoriedade de
procedimento concursal para recrutamento dos médicos internos que concluíram com aproveitamento a
formação específica (PCP) e com o projeto de resolução n.º 1300/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo a