I SÉRIE — NÚMERO 46
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Temos cartas abertas de profissionais que, há meses, esperam por concurso, temos manifestações de
pessoas que sabem que estão, efetivamente, a fazer falta, existe uma realidade que temos aqui denunciado e
do que precisamos é de ter bancadas parlamentares consequentes para, efetivamente, exigirem que não seja
apenas o défice a preocupar este Governo, mas que haja um investimento efetivo nas condições do Serviço
Nacional de Saúde e do sistema de saúde, de modo a que a saúde deixe de ser o parente pobre deste Governo.
Aplausos do CDS-PP e de Deputados do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Neste momento, mais uma vez, a Mesa não regista inscrições,
pelo que aguardamos a iniciativa dos grupos parlamentares.
Pausa.
O Sr. João Marques (PS): — Sr. Presidente, peço a palavra para uma intervenção.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, Sr. Deputado João Marques.
O Sr. João Marques (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Serviço Nacional de Saúde conta e
continuará a contar com o Partido Socialista.
Após 2016, sob a governação do Partido Socialista e o apoio dos partidos que compõem esta maioria, o SNS
tem vindo a recuperar do ataque das políticas económico-liberais que sofreu! Das políticas que fizeram com que
perdesse 7500 profissionais! Das políticas que levaram a que, em 2014, por exemplo, emigrassem mais
enfermeiros do que aqueles que se formaram nesse ano!
Aplausos do PS.
Com o PS, o Serviço Nacional de Saúde tem vindo a recuperar!
Recuperou mais 8500 profissionais, desde 2014! Recuperou mais 4000 enfermeiros e 1700 médicos
especialistas!
Foi com o PS que, em apenas dois anos, os profissionais recuperaram os rendimentos que lhes foram
retirados e viram muitas das suas justas reivindicações serem satisfeitas!
Sr.as e Srs. Deputados: Apesar de estarmos a assistir à recuperação do SNS, com o aumento dos cuidados
de saúde à população, com mais consultas, mais cirurgias, mais sessões de hospital de dia, vemos,
recorrentemente, responsáveis do setor da saúde servirem de meras caixas de ressonância da retórica política
do PSD e do CDS. Isto, num ataque permanente ao Serviço Nacional de Saúde, sem qualquer imparcialidade,
sem defesa dos seus profissionais, com um único objetivo: lançar o alarmismo e a insegurança em cima dos
portugueses, usando para isso generalizações de casos pontuais.
Mas o Partido Socialista continuará a fazer o seu caminho, o caminho de defesa do SNS e de promoção da
saúde em Portugal.
Continuará a fazer o caminho, ainda há pouco reconhecido pelo Euro Health Consumer Index, que colocou
Portugal no 14.º lugar, à frente de países como o Reino Unido, a Espanha, a Itália e a Irlanda, com nota muito
positiva em temas tão importantes como os do acesso à terapêutica oncológica, da redução da mortalidade
infantil, dos transplantes renais e dos diabéticos controlados, da redução da mortalidade antes dos 65 anos,
melhorando, ainda, indicadores como o dos tempos médios de espera nos serviços de urgência e o da cobertura
territorial da saúde oral.
Mas sabemos que, apesar do percurso já realizado em apenas dois anos, muito há a fazer. Sabemos que a
continuidade do reforço de profissionais no SNS tem de ser uma realidade! No entanto, Sr.as e Srs. Deputados,
só poderá ser uma realidade após a avaliação das necessidades efetivas e a realização de procedimentos de
contratação que permitam a todos os interessados concorrer em pé de igualdade.
No que diz respeito às iniciativas hoje, aqui, em discussão e, nomeadamente, ao episódio de Gaia, os
princípios subjacentes subvertem a própria lógica e a justificação do plano de contingência. A contratação ao
abrigo de um concurso de admissão excecional teve na sua génese uma limitação no tempo e um carácter