I SÉRIE — NÚMERO 46
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O Sr. Luís Vales (PSD): — Muito bem!
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — É que o Serviço Nacional de Saúde precisa de mais profissionais, não precisa
de desculpas para despedir os atuais profissionais.
Dizia o Sr. Deputado João Marques que a contratação de mais profissionais deve ocorrer com a cadência
necessária e consoante as necessidades dos serviços. Sr. Deputado, se fosse assim, os concursos já deviam
ter sido abertos em maio e em novembro do ano passado, não agora. Portanto, o projeto que aqui apresentamos
torna-se ainda mais necessário.
Defender o Serviço Nacional de Saúde é dizer que até 30 dias após o término das formações
obrigatoriamente esses concursos serão abertos e esses profissionais serão integrados no Serviço Nacional de
Saúde.
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — E se não acontecer nada?
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Termino, Sr. Presidente.
Isso sim, é reforçar o Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Passamos ao terceiro ponto da nossa ordem de trabalhos de
hoje, com a discussão, na generalidade, dos projetos de lei n.os 737/XIII (3.ª) — Aumenta a transparência fiscal
dos combustíveis por via de uma informação mais detalhada aos consumidores (CDS-PP), 760/XIII (3.ª) —
Reforça o dever de informação do comercializador ao consumidor de energia (PS) e 765/XIII (3.ª) — Torna mais
transparente o impacte ambiental dos combustíveis por via de uma informação mais detalhada aos
consumidores (PAN) juntamente com o projeto de resolução n.º 1290/XIII (3.ª) — Recomenda ao Governo que
reforce a informação dada aos consumidores nas faturas relativas à comercialização de combustíveis (PSD).
A iniciar este debate, tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Uma família que ateste o
seu carro com 90 € de gasolina deve ser informada que desses 90 € só 34 € é que são para pagar efetivamente
a gasolina e que os restantes 56 € são para impostos — IVA (imposto sobre o valor acrescentado), ISP (imposto
sobre os produtos petrolíferos e energéticos) ou outras taxas, que vão diretamente para os cofres do Estado.
Uma empresa que ateste uma carrinha de trabalho com 100 € de gasóleo está a pôr 55 € diretamente nos
cofres do Ministério das Finanças!
Com o projeto de lei que o CDS hoje aqui apresenta, o que queremos é dar a possibilidade a todos os
portugueses de terem acesso a uma informação que seja clara, transparente, entendível sempre que abasteçam
os seus carros, sempre que abasteçam as suas motas.
Mais do que saber, em abstrato, qual é a carga fiscal, isto é, o peso dos impostos no preço final, que é, no
caso português, de 55% no gasóleo ou de 62% na gasolina, o que queremos é dar uma informação muito clara
a todos os contribuintes de que cada vez que vão a uma bomba de gasolina e põem 50 € de combustível 31 €
vão para o Estado, sempre que põem 30 € de gasolina 19 € são diretamente para o Estado, sempre que põem
20 € de gasolina 12 € são diretamente para o Estado, ou, como no meu caso, quando abasteço com 12 € uma
mota 7,44 € são para impostos que vão diretamente para o Orçamento do Estado.
Esta carga fiscal sobre os combustíveis em Portugal é muito elevada em relação à média europeia e foi muito
agravada nos últimos dois anos. Em Portugal, neste momento, estamos a pagar, quer pela gasolina quer pelo
gasóleo, um preço acima do da média europeia, não tendo sequer os portugueses os rendimentos da média
europeia. E isso não é indiferente ao facto de este Governo, com suporte parlamentar do Partido Comunista, do
Bloco de Esquerda e de Os Verdes, ter decidido, em 2016, aumentar em 6 cêntimos o ISP sobre a gasolina e
sobre o gasóleo.