I SÉRIE — NÚMERO 46
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Segunda contradição: o PS vai ou não respeitar a concertação social e o diálogo entre trabalhadores e
empregadores? Relembro que a revisão do Código do Trabalho de 2009 foi precedida de um acordo de
concertação social em 2008. Em 2012, houve novamente um acordo em concertação social, o Compromisso
para o Crescimento, que foi assinado e que permitiu a revisão da legislação laboral. Em ambos os acordos, a
CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses) ficou de fora, por opção própria.
Nenhuma das alterações que este Governo e esta maioria fizeram até este momento ao Código do Trabalho
teve qualquer acordo de concertação social. Aliás, o que registamos é exatamente essa diferença de
posicionamento relativamente a esta matéria. É que o Governo, no acordo que fez em 2017 para o aumento do
salário mínimo, incumpriu a sua parte naquilo que lhe competia fazer.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — É verdade! Bem lembrado!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Em 2018, falhou o acordo, e, tanto quanto percebemos, falhou
esse acordo para o salário mínimo, porque o Governo não quis assumir o compromisso de não alterar a
legislação laboral sem a concertação social.
Portanto, face a esta mudança de posição do Partido Socialista relativamente à importância da concertação
social, do diálogo social, o que queremos saber é se, realmente, o Partido Socialista, refém do Bloco e do PCP,
vai continuar a ignorar a concertação social e, nesse sentido, deitar fora o histórico relativamente a esta matéria.
São estas as contradições que importa clarificar cada vez que se fala em mudar a legislação laboral, porque,
evidentemente, vai contra o entendimento do CDS em relação ao papel que a concertação social tem de ter
nesta matéria.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Idália Serrão, do Grupo Parlamentar do
PS.
A Sr.ª Idália Salvador Serrão (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado António Carlos Monteiro, de forma muito
rápida, e espero que o Sr. Deputado fique esclarecido e não mude, de novo, a conversa, só tenho uma resposta
para lhe dar: é que 80% dos novos empregos criados são contratos sem termo.
Aplausos do PS.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Só está a dar-me razão!
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Adão Silva, do Grupo Parlamentar
do PSD.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Tenho de começar
por dizer algumas palavras sobre a intervenção da Sr.ª Deputada Idália Serrão.
A Sr.ª Deputada fez um pouco de história, mas, já agora, deveria ter feito um bocadinho mais. V. Ex.ª era
membro do Governo quando o País chegou à bancarrota e devia ter referido que a situação agora é realmente
mais fácil porque alguém trilhou o caminho das pedras. Repito, porque alguém trilhou o caminho das pedras.
Aplausos do PSD.
E, hoje, não nos custa admitir isso;…
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Obrigado!
O Sr. Adão Silva (PSD): — … pelo contrário, fazemo-lo com gosto. De facto, há mais emprego, o emprego
cresce desde 2013; há menos desemprego, o qual se reduz desde 2013. O que é importante é elogiar os