24 DE FEVEREIRO DE 2018
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Aplausos do PSD, do PS e do CDS-PP.
Para fazer perguntas ao Sr. Ministro da Saúde, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, do Grupo
Parlamentar do CDS-PP.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, em primeiro lugar, queria
cumprimentar o Sr. Ministro da Saúde, a Sr.ª Secretária de Estado da Saúde, o Sr. Secretário de Estado Adjunto
e da Saúde e o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e dizer que nos congratulamos que, por
iniciativa do CDS, estejamos aqui a debater, mais uma vez, as questões da saúde, para nós e para os
portugueses lamentavelmente tão caras, e não pelas melhores razões.
Sr. Ministro, por muitos anúncios, promessas e exercícios de propaganda que nos faça sobre a ação do seu
Governo, o certo é que isso não cola com a realidade. O seu é claramente um retrato cor-de-rosa da realidade,
realidade essa que para os portugueses, para os doentes, para os profissionais de saúde e — veja bem! — até
para os partidos que o apoiam e que aprovam os seus orçamentos o retrato é muito negro.
Para além de tudo o que já aqui foi apontado, que é gravíssimo e que os 2 minutos de que disponho não me
permitem voltar a repassar, o que queríamos dizer, Sr. Ministro, é que a saúde está mal, e o senhor não pode
fingir que não é responsável e que isso não está a acontecer.
Como se não bastasse tudo o que já foi referido — e que, aliás, o CDS tem vindo insistentemente a denunciar
—, há dias fomos surpreendidos com a notícia de que 500 milhões de euros foram transferidos para os hospitais,
pretensamente para pagamento de dívidas a fornecedores, e que — pasme-se! — estão congelados. É
interessante, Sr. Ministro, porque o que aconteceu é que foram congelados pelo Ministério das Finanças.
Claro que o Sr. Ministro da Saúde vem rapidamente dizer-nos que a responsabilidade era das Finanças e
não sua, e que, de facto, essa verba seria descongelada dentro de dias. Deixe-me que lhe refira uma nota: pelos
vistos, a expressão «dentro de dias» está a tornar-se famosa para a sua equipa governativa.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — No entanto, o Ministro das Finanças diz que, afinal, não será dentro
de dias, mas sim dentro de um mês. Em que ficamos, afinal, Sr. Ministro?
Nós já sabemos que para o Sr. Primeiro-Ministro é indiferente se o Ministro das Finanças fala de dias, de
horas, de segundos. E, admitindo que não é, sequer, o seu estilo, deixe-me dizer-lhe que é lamentável que o
Primeiro-Ministro de um país demonstre tamanho desdém e sarcasmo quando nos referimos a matérias tão
sérias e a pessoas, sejam elas os doentes, sejam os profissionais.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — O Sr. Ministro ainda não colocou os médicos que estão no interior
e diz que isso acontece dentro de dias, mas as Finanças vêm dizer que está por meses, pelo que, das duas,
uma: ou o Sr. Ministro não manda nada ou, então, o Sr. Ministro está mesmo a ser vítima de uma cabala dentro
do seu Governo, como hoje se diz.
E porque é o Sr. Ministro da Saúde que está hoje aqui — e não o Ministro das Finanças —, temos de lhe
fazer um pedido, que é o seguinte: imponha-se, seja Ministro!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Se não o tem sido ao longo de dois anos, seja Ministro agora e
responda-nos hoje a várias questões.
Quando vão ser descongelados os 500 milhões de euros das dívidas para os pagamentos que estão ainda
por fazer?
Quando será aberto o concurso para os 700 especialistas, o tal que vai ficar batizado como o concurso de
«dentro de dias»?