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32 I SÉRIE — NÚMERO 59

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Tiago

Barbosa Ribeiro.

O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O debate desta tarde está a

ser importante por várias razões, permitindo mostrar que a pluralidade das visões entre os aliados desta maioria

parlamentar não nos afasta do trabalho comum em torno do essencial, mas também permitindo demonstrar que

a direita continua afastada de qualquer contributo válido para o nosso futuro coletivo.

O Sr. Carlos César (PS): — Muito bem!

O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Entre um partido com 5% nas sondagens que ambiciona substituir-se

ao partido maioritário à direita — uma ambição legítima, certamente — e um partido maioritário que tirou o

passado da frente mas não tirou, certamente, o passado da mente, como temos visto, temos a mesma falta de

propostas, a mesma lengalenga da velha propaganda e a mesma incapacidade de perceberem as razões do

sucesso do nosso modelo social.

Aplausos do PS.

Os senhores não aprenderam nada e não esqueceram nada. Não aprenderam nada com os vossos erros e

não esqueceram nada das justificações com que tentaram doutrinar o País para o vosso projeto de

transformação da economia e do trabalho, levando ao maior ciclo de empobrecimento, de emigração, de

desemprego, de quebra de rendimentos e de desvalorização do trabalho de todas as legislaturas do Portugal

democrático.

Protestos do Sr. Deputado do PSD Duarte Filipe Marques.

Hoje, dizendo que querem olhar em frente, não conseguem libertar-se das amarras do passado nem perceber

as falhas do que fizeram, projetando-as neste presente. Acreditando firmemente na força redentora da

austeridade, assumindo-a como pilar fundamental das vossas políticas, os senhores procuraram destruir o nosso

contrato social e fizeram-no contra tudo: contra a Constituição, contra os sindicatos, contra os trabalhadores,

contra a concertação social — ao contrário do que nos têm dito —, contra, até, a evidência desastrosa dos

resultados da vossa política.

Como todos os radicais, lá foram encontrando justificações para os vossos resultados. Ou era um problema

da realidade, ou era um problema dos portugueses, ou era um problema do contexto. O problema era de tudo,

era de todos, o problema só nunca era daquele que era o problema maior: as vossas políticas, a vossa fórmula

e a vossa visão do mundo, que rejeitamos em absoluto.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Tenham calma, Srs. Deputados.

Contrariamente ao que aqui nos disseram e ao que aqui nos têm dito esta tarde, os senhores nunca fizeram

qualquer reforma da legislação laboral. Os senhores nunca respeitaram o diálogo social. Quiseram, isso sim,

atacar o nervo da concertação social e desvalorizar os salários como estratégia fundamental da vossa política,

e isso nós já revertemos.

Vozes do PS: — Muito bem! Bem lembrado!

O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Os senhores quiseram, também, subjugar-se à Europa e a isso

dizemos: não!