34 I SÉRIE — NÚMERO 59
estar bem mas os portugueses é que estão pior. Connosco, o País está bem porque os portugueses estão
mesmo melhor.
A Sr.ª Susana Lamas (PSD): — Graças às nossas reformas! Graças às reformas que nós fizemos!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Portanto, todos os indicadores — de recuperação de emprego, de
recuperação dos rendimentos, de recuperação da maior vaga de emigração que tivemos ao longo dos últimos
anos — resultam de um novo modelo económico, resultam das opções políticas para as quais a nova maioria
nesta Assembleia da República foi e continuará a ser determinante. As mudanças que implementámos desde o
início desta Legislatura deram estabilidade ao País, normalizaram as relações sociais e laborais no País,
promovendo, ao mesmo tempo, várias medidas de valorização dos rendimentos e de alteração às leis do
trabalho.
Contrariamente ao que a direita quer fazer crer, e já fez crer aqui, no debate, esta tarde, essas mudanças
têm sido fundamentais para o sucesso de Portugal. Um sucesso que é criticado pelo PSD e pelo CDS neste
Parlamento mas que ainda esta manhã foi aplaudido pelos Deputados do PPE (Partido Popular Europeu)
durante a intervenção do Primeiro-Ministro, António Costa, no Parlamento Europeu, que, felizmente,
reconhecem lá fora aquilo que os senhores procuram denegrir cá dentro.
O Sr. Carlos César (PS): — Muito bem!
Protestos do PSD.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Entre as mudanças que temos feito neste campo e de que muito nos
orgulhamos, inclui-se o aumento histórico do salário mínimo nacional; inclui-se a reposição de feriados; inclui-
se o programa de combate à precariedade; inclui-se o reforço dos mecanismos e dos quadros da ACT
(Autoridade para as Condições do Trabalho); inclui-se a responsabilização solidária dos dirigentes das empresas
de trabalho temporário; inclui-se a nova lei de transmissão de estabelecimentos; inclui-se a lei de combate ao
assédio; inclui-se o fim dos cortes no subsídio de desemprego; inclui-se o novo regime para trabalhadores
independentes; incluem-se as medidas de promoção e de conciliação entre a vida profissional, familiar e pessoal;
inclui-se o fim das reduções remuneratórias na Administração Pública; inclui-se a reposição dos complementos
de pensão aos trabalhadores das empresas do setor público empresarial. Estas, e muitas outras, são medidas
que contaram sempre — repito, sempre! — com a vossa oposição que, assim, tem demonstrado como seria a
prossecução do choque social e económico neste País caso continuassem a exercer o poder.
Pela parte do PS, reafirmamos a manutenção deste rumo: a manutenção deste rumo com os nossos aliados
parlamentares e, como parte deste sucesso, preservando o diálogo, com todos os atores institucionais com
quem nos relacionamos, incluindo a concertação social.
O Sr. Carlos César (PS): — Muito bem!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Não por acaso, e como já foi recordado, a concertação tem agendada
uma reunião para o próximo dia 23 para avançar com várias das matérias hoje aqui discutidas, incluindo a da
adaptabilidade e a do banco de horas individual, bem como outras matérias que ficaram de fora deste debate,
mas que são centrais para o Partido Socialista e, certamente, para outros partidos, como é o caso da penalização
das empresas que recorrem excessivamente a contratos a prazo.
Sr.as e Srs. Deputados, como já temos demonstrado ao longo da Legislatura, não é pela eventual falta de
acordo com os parceiros sociais que deixaremos de cumprir tudo, mas mesmo tudo, o que está no Programa do
Governo e nas posições conjuntas, em matéria laboral.
Mas também não será pelo Partido Socialista que se esgotarão de forma precoce todas as possibilidades de
atingir um acordo o mais amplo possível, que reforce, com esta maioria e nesta Legislatura, o equilíbrio e a
densidade institucional das mudanças que queremos legar à sociedade portuguesa.
Aplausos do PS.