I SÉRIE — NÚMERO 63
10
Aplausos do PS.
Aliás, não foi propriamente um discurso, foi uma melancolia discursiva de um PSD que continua amarrado a
uma governação que levou o País ao empobrecimento, à estagnação económica e à divergência com a União
Europeia.
Sr. Deputado, há uma estratégia para a inovação. O Governo tem uma estratégia para a inovação. A inovação
está na agenda política do Governo.
Casar o sistema científico e tecnológico com as empresas, principalmente com as pequenas e médias
empresas, e com isso capacitar a nossa indústria e acelerar a transferência de tecnologia para as empresas é
um desafio crucial para a nossa economia e tem sido um sucesso nestes últimos dois anos.
É isso que tem permitido, através de programas como o INTERFACE, o Indústria 4.0 e o StartUp, aumentar
o investimento direto estrangeiro em Portugal — que aumentou quatro vezes em 2017 —, reforçar as
exportações e criar mais PME (pequenas e médias empresas).
O atual Governo conseguiu inverter o ciclo divergente do anterior Governo PSD/CDS.
Entre 2012 e 2015, o País registou uma queda no investimento em investigação e desenvolvimento. Portugal
esteve em contraciclo com a Europa, divergiu da Europa.
O PSD e o CDS, ao concentrarem os centros tecnológicos de investigação e desenvolvimento, optaram por
um isolamento social.
A política doutrinária «menos Estado» e tratar todas as empresas de forma igual foi um erro crasso e caro
para a economia portuguesa.
Em novembro de 2015, no âmbito do Portugal 2020, os pagamentos às empresas totalizavam somente 3
milhões de euros. De dezembro de 2015 até dezembro de 2017, ou seja, em dois anos, o atual Governo
conseguiu colocar nas empresas 1300 milhões de euros deste programa comunitário.
Mesmo em relação à reprogramação que está a ser preparada, o Governo já anunciou e assegurou que o
apoio às empresas continuará nos mesmos níveis de 2016 e de 2017. Isso tem levado a mais incentivos para a
dinamização da nossa economia e tem permitido, e permitiu, que 2016 e 2017 fossem anos de convergência
com a Europa: incentivos às empresas, mas incentivos transversais a todos os setores de atividade, a todos os
territórios e às micro, pequenas e médias empresas; convergência que tem contado, é certo, com o esforço e a
dinâmica do setor privado, mas também o grande esforço do setor público tem feito a diferença.
O Estado não se pode demitir do seu papel decisivo na economia, o Estado faz a diferença.
Este Governo, ao colocar, na agenda, a inovação e tendo uma estratégia para a inovação, tem programas e
medidas, e isso é que tem levado, sobretudo, ao crescimento económico, ao aumento das exportações e à
criação de mais micro, pequenas e médias empresas.
Sr. Deputado Luís Campos Ferreira, registamos, mais uma vez, que o PSD veio a mais um debate de mãos
vazias, sem propostas e sem ideias.
Apesar do tema do debate ser «inovação» e de o discurso do PSD ser o mesmo e não ter inovado em nada,
pergunto: para quando irão surgir as propostas e ideias que o PSD tem anunciado, mas tardam em chegar?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Campos Ferreira.
O Sr. LuísCamposFerreira (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Paulo Correia, tenho pena que
não me tenha ouvido, não digo com a atenção que eu mereceria mas com a atenção que lhe permitiria não
cometer esse lapso. É porque, além de eu ter enunciado, de uma forma exaustiva, um conjunto de reformas que
contribuem hoje decisivamente para que os resultados do Partido Socialista no Governo sejam o que são no
que toca a economia, também tive o cuidado de enumerar, até de uma forma quantitativa, o número de propostas
sobre estas matérias e sobre o setor da economia que o Partido Social Democrata apresentou nestes dois anos
e meio no Parlamento.
Deixe-me dizer-lhe também, Sr. Deputado, que o Partido Social Democrata fica muito satisfeito com os
resultados, mas quer mais. E quer mais, não por birra, nem por capricho, mas porque os senhores tinham
obrigação de dar mais e de ter um espírito mais ambicioso, mais empreendedor, mais reformista.