I SÉRIE — NÚMERO 63
6
Como se pode ver neste gráfico que aqui mostro, os senhores desinvestiram como nunca em investigação e
desenvolvimento nos anos em que governaram e só em 2016 é que começámos a recuperar daquilo que foi o
desinvestimento brutal que os senhores fizeram nos últimos anos, nos anos em que governaram Portugal.
Por isso, Sr. Deputado, parece estranho que o senhor chegue a esta Casa com uma pergunta que desvirtua
os factos, contraria a realidade e não tem nada a ver com aquilo que é a realidade portuguesa e com aquilo que
está, de facto, a acontecer.
Aplausos do PS.
Mas se o Sr. Deputado tem dúvidas sobre esta matéria, vou mostrar-lhe um outro gráfico, factual, que
demonstra ainda mais aquilo que os senhores fizeram.
Este outro gráfico mostra a taxa de variação entre 2010 e 2015 da despesa de investigação e
desenvolvimento, em comparação com os países europeus, e vejam o que os senhores fizeram. O que
aconteceu em Portugal, em 2015, foi dramático! Os senhores conseguiram fazer cair em 19% o investimento
em investigação e desenvolvimento, em completo contraciclo com aquilo que estava a acontecer na Europa,
que crescia — imagine! — 22%. Foi esta a vossa herança, a herança que os senhores deixaram sobre esta
matéria da inovação em Portugal e, por isso, julgo que sobre esta questão estamos conversados.
Aplausos do PS.
Apesar de tudo, gostaria de dizer que é preciso ter muita lata para pedir que cumpramos metas quando foram
os senhores que estragaram o caminho que estava a ser construído para obter a meta de 2,5% do PIB em
investigação e desenvolvimento, em 2020.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Caro Deputado Heitor Sousa, a melhor forma de corrigir desigualdades, territoriais inclusive, é também
apostar na investigação e desenvolvimento e na inovação nos diferentes territórios, e é isso que nós estamos a
fazer. Estamos a fazer apostas sérias, com investimentos claros, por exemplo, nos centros tecnológicos pelo
País fora. São 28 centros tecnológicos que estão já sinalizados e que têm investimento para serem mais
capacitados e para ajudarem as empresas desses mesmos territórios.
É dessa maneira, introduzindo inovação também nesses territórios, que é possível aumentar a produtividade
e dessa forma aumentar salários e também corrigir essas mesmas desigualdades. Parece-me evidente que esse
é o caminho.
Sobre a pergunta que colocou acerca daquilo que é preciso fazer para chegarmos aos 3% do PIB em
investigação e desenvolvimento, esse caminho é, de facto, muito difícil e exige muito de nós. Conforme expliquei,
aquilo que se fez nos últimos quatro anos, os quatro anos em que a direita governou, tem de ser recuperado e
é isso que estamos a fazer agora, ou seja, mobilizarmo-nos e capacitarmo-nos para podermos recuperar e atingir
esse objetivo.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Campos
Ferreira.
O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Faz hoje 15 dias que o Partido
Social Democrata trouxe a debate o tema «Economia e Emprego».
O que pareceu ao Partido Socialista uma excentricidade do PSD teve afinal, pelo menos, um mérito: o de
chamar o Partido Socialista a um tema que, desde sempre, tem estado no centro das nossas preocupações.
Tanto assim é que, hoje, cá estamos novamente a discutir o mesmo tema. Bem hajam e bem-vindos ao debate.