19 DE ABRIL DE 2018
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Na senda dos bons resultados obtidos em 2017, com a economia a crescer acima da média europeia, o que
representa também um maior crescimento desde 2000, o Programa de Estabilidade é mais uma boa notícia para
o País e, sobretudo, para os portugueses.
O crescimento económico previsto para este ano é revisto em alta, face ao que estava previso há seis meses
no Orçamento do Estado. Em apenas dois anos, a nossa economia cresceu 2,7% em 2017 e está previsto que
cresça 2,3% ou 2,4% em 2018. O investimento e as exportações irão acelerar mais de 6% em 2018. O mercado
de trabalho continuará a evoluir positivamente com o emprego a crescer o dobro, face ao que estava projetado
no Orçamento do Estado para 2018, ou seja, há cerca de seis meses.
O Programa de Estabilidade aponta para um abrandamento da consolidação orçamental, face ao que estava
previsto há seis meses no Orçamento do Estado para 2018.
O Orçamento para 2018 previa reduzir o défice de 1,4%, em 2017, para 1%, em 2018, esta redução
representaria um esforço orçamental de 0,4 pontos percentuais. Os bons resultados de 2017 levaram o défice
para 0,9% e não para 1,4%, como estava previsto.
No Programa de Estabilidade, o Governo pretende reduzir o défice de 0,9% para 0,7%. Estamos perante
uma redução de 0,2 pontos percentuais, metade do esforço previsto há seis meses no Orçamento do Estado. E
este abrandamento liberta Orçamento para que o Governo reforce ainda mais os serviços e o investimento
público, nomeadamente o investimento nas escolas, nos hospitais, nos centros de saúde e na ferrovia.
Este Programa de Estabilidade, Sr. Primeiro-Ministro, reforça a despesa com pessoal em 350 milhões e o
investimento público em 70 milhões.
Neste debate sobre o Programa de Estabilidade, deixámos de ouvir, como era habitual, algumas acusações
por parte do PSD e do CDS. Não ouvimos dizer que o Governo adota cenários irrealistas nas projeções que
apresenta no Programa de Estabilidade, não ouvimos dizer que o Programa de Estabilidade é um número de
ilusionismo, como também não ouvimos perguntar por medidas adicionais, extraordinárias ou sobre o plano B,
como também não vimos PSD e CDS a porem em causa este Programa de Estabilidade, que merecerá o
acolhimento em Bruxelas.
PSD e CDS estão rendidos à realidade dos factos. Sabemos bem que este não é o Programa de Estabilidade
da direita. Lembramo-nos bem do último Programa de Estabilidade, apresentado por PSD/CDS, em 2015, que
tinha à cabeça cortes de 600 milhões de euros em pensões e a extinção da contribuição extraordinária para o
setor energético, que iria beneficiar grandemente a EDP. Esse foi o caminho que os portugueses rejeitaram.
O caminho desta governação tem apresentado bons resultados: foi possível estabilizar o sistema financeiro;
tem sido seguida uma política de reposição de direitos, de salários e de rendimentos, como a reposição de
feriados, o aumento do salário mínimo, a redução do IRS, que já devolveu 1500 milhões de euros…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Irei terminar, brevemente, Sr. Presidente.
Como eu estava a dizer, tem sido seguida uma política que já permitiu a redução do IRS, que já devolveu
1500 milhões de euros do corte operado pelo anterior Governo, Ministro Vítor Gaspar, a reposição dos cortes
de subsídio de desemprego, a reposição das 35 horas na Administração Pública, o descongelamento das
carreiras na Administração Pública e o aumento extraordinário das pensões. E também tem sido dada prioridade
ao reforço dos serviços públicos.
A economia cresce, há mais e melhor emprego e há mais coesão social.
O Sr. Presidente: — Tem mesmo de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — É o resultado de opções políticas acertadas, mas é, sobretudo, o resultado
da confiança e do esforço das empresas e das famílias.
É um caminho que tem removido boa parte das ameaças e riscos que pairavam sobre a nossa economia há
dois anos e meio.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem de concluir.