I SÉRIE — NÚMERO 73
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O IVA, o IRS e as contribuições para a segurança social foram os que mais contribuíram para o aumento da
receita fiscal e contributiva em 2017.
Vejamos: a receita do IVA cresceu mais de 6%, mas as taxas ou se mantêm inalteradas ou até diminuíram,
como foi o caso das taxas para a restauração. Ou seja, a receita do IVA cresceu não porque as taxas
aumentaram — todos os portugueses sabem que as taxas do IVA não aumentaram — mas porque houve
incremento da atividade económica, nomeadamente da atividade turística.
Vejamos, agora, o caso da receita do IRC. A receita do IRC cresceu mais de 10% em 2017 com as taxas a
manterem-se inalteradas ou até a descerem, como foi o caso da taxa aplicada a determinadas empresas
sediadas no interior do País. Portanto, a receita do IRC cresceu em 2017 não por causa do aumento da taxa
mas por causa do aumento do crescimento da atividade económica.
Vejamos o caso da receita contributiva, que também cresceu substancialmente em 2017, e cresceu apesar
de as taxas contributivas não terem sofrido qualquer aumento, como todos os trabalhadores sabem. A receita
contributiva cresceu porque há mais emprego, menos precariedade e o salário mínimo cresce ano após ano.
Como agora se provou, a receita fiscal que mais cresce é precisamente aquela que resulta de tributação que
se mantém inalterada ou que até foi reduzida. A receita fiscal que mais cresce é aquela que recai sobre impostos
que não aumentaram. A receita fiscal e contributiva aumenta porque a economia cresce e cria mais e melhor
emprego.
Um outro tema que tem sido trazido a debate recorrentemente — aliás, ainda hoje dominou grande parte das
intervenções no debate quinzenal — é o Serviço Nacional de Saúde, a despesa e o investimento que os
sucessivos governos têm feito no Serviço Nacional de Saúde.
Primeiro, importa lembrar o ponto de partida desta governação quando recebeu a herança deixada por
PSD/CDS relativamente ao Serviço Nacional de Saúde.
Vejamos os números: entre 2011 e 2015, o anterior Governo cortou 1100 milhões de euros no Serviço
Nacional de Saúde. É um número brutal, um número gigante, um número arrepiante. Repito: entre 2011 e 2015,
o anterior Governo cortou 1100 milhões de euros no Serviço Nacional de Saúde. Foi o maior corte operado
contra um serviço público em Portugal.
Protestos de Deputados do PSD e do CDS-PP.
O Serviço Nacional de Saúde perdeu médicos, perdeu enfermeiros, perdeu técnicos de diagnóstico e
terapêutica e perdeu assistentes operacionais. Os gastos com pessoal, entre 2011 e 2015, sofreram um corte
de 360 milhões de euros.
O Serviço Nacional de Saúde viu a manutenção e conservação das infraestruturas hospitalares no grau zero:
um corte de 1100 milhões de euros na mesma altura em que se dificultava o acesso ao Serviço Nacional de
Saúde através do aumento das taxas moderadoras.
Entre 2011 e 2015, PSD e CDS degradaram o Serviço Nacional de Saúde e isso não pode cair no
esquecimento.
Segundo, olhemos para estes dois anos e meio de governação do Governo do Partido Socialista apoiado
pela maioria parlamentar de esquerda.
A despesa no Serviço Nacional de Saúde, nestes dois anos e meio, cresceu mais de 700 milhões de euros.
Em 2017, a despesa com o Serviço Nacional de Saúde cresceu 3,5%.
O Serviço Nacional de Saúde, nestes dois anos e meio de Governo, como disse há pouco o Sr. Primeiro-
Ministro, foi reforçado com 7000 profissionais. Tem hoje mais médicos, mais enfermeiros, mais técnicos de
diagnóstico e terapêutica e mais assistentes operacionais do que tinha em outubro e novembro de 2015.
Além disso, também está em curso um conjunto de investimentos em infraestruturas hospitalares —
informação que já foi tornada pública —, como, por exemplo, a segunda fase das obras no hospital de Gaia e o
avanço das obras na unidade pediátrica do Hospital de São João.
Sr. Primeiro-Ministro, o Serviço Nacional de Saúde é, para o PS, uma prioridade central nos planos
ideológico, programático e governativo.
Os números mostram que o atual Governo tem dado prioridade à recuperação do Serviço Nacional de Saúde
após a degradação a que foi sujeito por parte do anterior Governo. Aliás, a reversão dos cortes no Serviço
Nacional de Saúde é a verdadeira reversão deste Governo e desta governação.