I SÉRIE — NÚMERO 82
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Protestos de Deputados do PS.
O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Quinta pergunta, Sr. Primeiro-Ministro: para o PS e para o senhor, em
concreto, o que é que é mais importante, os votos e as eleições ou os princípios e as convicções?
Aplausos do PSD.
Era bom, Dr. António Costa, que se deixasse de respostas evasivas ou pretextos formais e desse finalmente
uma explicação clara sobre o que se passa. Esperemos que seja hoje, esperemos que não vá continuar a
refugiar-se atrás de outros atores políticos.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Joana Lima (PS): — Ao que chegámos! Não têm nada para dizer!
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro (António Costa): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Negrão, sendo este um
debate com o Primeiro-Ministro, é óbvio que o que o Sr. Deputado estaria à espera que eu lhe dissesse era que
o Secretário-Geral do Partido Socialista não está aqui para responder e que o debate com o Partido Socialista
será noutra circunstância.
Aplausos do PS.
Mas, se eu lhe desse esta resposta, o Sr. Deputado imediatamente diria: «Aí está! Está a refugiar-se em
formalismos para fugir a responder àquilo que lhe estou a perguntar!»
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — E diria muito bem!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — E está!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, não obstante a manifesta deslealdade parlamentar da sua pergunta,
eu vou responder.
Aplausos do PS.
Não vou responder, obviamente, nem como Secretário-Geral do Partido Socialista nem como Primeiro-
Ministro, vou responder como António Costa, na mesma qualidade em que na semana também falei sobre o
assunto.
E digo-lhe o seguinte: desde há muitos anos que tenho o mesmo entendimento sobre aquela que deve ser a
interpretação do princípio da separação e interdependência dos poderes.
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Ah!…
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Tem dias!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Nesse entendimento, entendo que temos um sistema de justiça único no mundo,
que tem vantagens e inconvenientes, mas que tem uma enorme vantagem: assegura a todos os cidadãos que
nenhum de nós está acima da lei e que a investigação criminal é desempenhada com toda a independência.
A Sr.ª Rosa Maria Albernaz (PS): — Muito bem!