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19 DE MAIO DE 2018

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às especificidades próprias dos seus utentes, designadamente em matéria alimentar, acionando sempre que

necessário os organismos com competências específicas nesta matéria.

É interessante perceber que a anterior legislação dos lares previa a existência obrigatória de profissionais

especializados, como por exemplo o caso dos fisioterapeutas, mas que o anterior Governo entendeu retirar dos

lares.

Vozes do PS: — Bem lembrado!

A Sr.ª Sofia Araújo (PS): — A isto, Srs. Deputados, chama-se hipocrisia. Não se entende que, agora, o PSD

pretenda que os lares tenham nutricionistas quando achou desnecessária a existência de outros terapeutas que

estavam vocacionados para a prevenção da perda de autonomia e para a reabilitação em situações de

dependência, o que é também de extrema importância para a população idosa.

Vozes do PS: — Muito bem!

A Sr.ª Sofia Araújo (PS): — Reconhecemos bem a importância destas valências e da afetação destes

profissionais. No entanto, é importante termos em conta o enquadramento financeiro, a estabilidade das

parcerias já contratualizadas, os encargos financeiros estabelecidos e os protocolos já realizados.

O Partido Socialista reitera a relevância desta matéria, masconsidera que este não é o momento adequado

para acompanhar estas propostas. Fá-lo-emos no tempo e no modo em que seja possível avançar

financeiramente com uma medida desta natureza, não colocando em risco os serviços já prestados por todas

as IPSS e a sua estabilidade financeira e nunca esquecendo os representantes desta área, nomeadamente a

Ordem dos Nutricionistas.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Filipe Anacoreta Correia para uma

intervenção.

O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Partido Socialista já

nos tem habituado a esta postura. Sempre que é chamado a pronunciar-se sobre a importância da democracia,

faz discursos muito bonitos sobre a importância do diálogo, mas depois, quando confrontado com propostas

concretas para apuramento de matérias que são da maior importância para a sociedade portuguesa e para as

instituições que a servem, manifestam uma total indisponibilidade.

A verdade, Sr.as e Srs. Deputados, é que esta é uma matéria da maior importância. Em primeiro lugar, porque

é sabido que a população portuguesa está a envelhecer, a população idosa está a crescer em números

substanciais, em números que cada vez mais remetem para a necessidade de respostas mais atualizadas, mais

profissionais, mais relevantes para responder às suas necessidades. Esta população não só está a aumentar

como os estudos recentes sobre a nutrição da população idosa — estudos da Faculdade de Medicina da

Universidade de Lisboa e da Faculdade de Ciências da Nutrição e da Alimentação da Universidade do Porto —

apontam indicadores muito preocupantes e muito graves.

Na verdade, segundo estes estudos, 4,8% dos idosos em lares estão em situação de desnutrição e 38,7%

em risco de malnutrição. Vejam bem que este valor representa praticamente o dobro dos idosos que não estão

institucionalizados! Isto é extremamente grave e deve merecer, da nossa parte, uma resposta.

Queria, pois, felicitar o Partido Social Democrata por esta proposta, que nós acompanhamos, sem deixar de

fazer duas anotações a este propósito.

Em primeiro lugar, cada vez que os políticos pretendam remeter maiores responsabilidades para as IPSS,

que são instituições que já vivem enormes dificuldades financeiras, não o podem fazer com responsabilidade

sem simultaneamente remeter um reforço das verbas contratualizadas.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!