24 DE MAIO DE 2018
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A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Mas, Sr. Primeiro-Ministro, não me respondeu à pergunta sobre os
impostos, sobre o verdadeiro saque fiscal que o seu Governo faz, de forma indireta, às famílias e às empresas
portuguesas. O senhor vai ou não revogar o ISP adicional?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, tinha acabado de responder exatamente à mesma
pergunta da Sr.ª Deputada Catarina Martins e nada de novo tinha a acrescentar a V. Ex.ª, porque não mudei de
opinião nos últimos 5 minutos. Portanto, tudo o que respondi à Sr.ª Deputada Catarina Martins responde
cabalmente à sua pergunta sobre os impostos.
Quanto ao SNS, finalmente percebemos qual é a sua grande medida: é repor as 40 horas de trabalho para
todos. Essa é a sua medida.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem, ainda, a palavra, para formular perguntas, a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, pois bem, em 50 € de gasolina,
31 € vão para o Estado.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Nos últimos anos, foram arrecadados mais de 500 milhões de euros
só no adicional, no aumento do ISP. Isto é um verdadeiro saque fiscal, esta é uma das notas da sua colossal
carga fiscal de 2017.
Certamente, pela mão do CDS, daremos oportunidade a todos os grupos parlamentares, sem exceção, de
votarem a revogação do adicional do ISP.
O Sr. Nuno Magalhães: — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Mas, Sr. Primeiro-Ministro, não queria terminar sem lhe colocar mais
algumas questões, de resto, sobre matérias que tocam no tema que aqui trouxe, nomeadamente, sobre
agricultura.
O Sr. Ascenso Simões (PS): — Ah!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, é espantoso que tenha falado tanto sobre o
interior e que não tenha falado sobre agricultura, que é ainda a atividade mais relevante no nosso interior.
Neste momento, é tempo de o Governo fazer duas coisas: primeiro, bater-se, em Bruxelas, para que não se
perca 1 € nos fundos para a agricultura, no segundo pilar. Como sabe, Portugal tem uma posição muito
confortável no segundo pilar — é aí que vamos buscar muito dinheiro para a modernização da nossa agricultura
— e esse valor está em risco.
Portanto, a primeira questão é a seguinte: como planeia exigir, junto de Bruxelas, a manutenção das verbas
do segundo pilar?
Segundo, para o senhor poder ser eficaz nessa batalha em Bruxelas, tem de dar o exemplo cá dentro. E, Sr.
Primeiro-Ministro, ouço-o falar muito em coesão territorial, ouço-o falar em estímulos à economia, ouço-o falar
em inovação, mas fico perplexa quando olho para o PDR 2020 (Programa de Desenvolvimento Rural 2014-
2020) e vejo que está literalmente parado. Já sei que me vai dizer que estamos melhor do que os outros países,
mas a verdade é que há 16 000 candidaturas à espera de análise e a verdade é que os pagamentos também
estão parados. Há 1,4 mil milhões de euros para pagar aos agricultores.