I SÉRIE — NÚMERO 88
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Aqui, como noutras matérias, o que temos é o garrote do Sr. Ministro das Finanças, a impedir também o
investimento na agricultura, que é um investimento particularmente produtivo.
Portanto, quando é que vai desbloquear as verbas para garantir uma cabal execução?
Sr. Primeiro-Ministro, mesmo para terminar, o senhor visitou esta semana a Região Autónoma da Madeira e
levou uma mão cheia de nada.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Faço-lhe duas perguntas: vai ou não baixar os juros do empréstimo da Madeira, que não têm hoje qualquer
explicação ao nível de gestão? E vai ou não rever o subsídio de mobilidade no transporte aéreo?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, não só falei de agricultura,
como até falei de floresta, que faz parte da agricultura, embora tenha dado conta de que V. Ex.ª, durante os
quatro anos em que foi Ministra da Agricultura, não percebeu que a floresta dizia mesmo respeito às suas
competências.
Aplausos do PS.
Sobre o próximo quadro financeiro, vamos não só bater-nos pela manutenção das verbas na PAC, em
particular no segundo pilar, como vamos bater-nos também pelas verbas na coesão. Por isso, dissemos que a
primeira proposta da Comissão era um mau ponto de partida. Temos estado a fazer o nosso trabalho, contamos
que todos façam o seu, de forma a obtermos o melhor resultado possível para Portugal, num contexto que,
antecipadamente, todos sabemos ser muito difícil.
Relativamente ao PDR, posso dizer-lhe com satisfação que a taxa média de execução na União Europeia é
de 26% e a taxa de execução em Portugal é de 40%. Mas posso mesmo dizer-lhe mais: temos a terceira melhor
taxa de execução do PDR em toda a União Europeia, só estão à nossa frente a Irlanda e a Finlândia. Somos os
terceiros com a melhor taxa de execução e assim queremos manter-nos.
Aplausos do PS.
Quanto à Madeira, a Sr.ª Deputada está, seguramente, mal informada, porque, na reunião que tivemos com
o Governo Regional, não só reafirmámos o acordo para assegurar o cofinanciamento do hospital da Madeira,
quer da construção quer de equipamentos,…
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Não é essa a pergunta!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … como chegámos a acordo quanto à liquidação das dívidas anteriores a 2016
e fizemos propostas concretas relativamente a um princípio de justiça fundamental, que é o de permitir à Madeira
fazer repercutir nos juros que a República cobra pelo empréstimo a evolução da nossa própria taxa de juro.
Como sabe, no seu Governo, foi negociada com o Governo Regional da Madeira uma taxa fixa de 3,375%.
Nós propusemos fazer variar a taxa de acordo com a variação da taxa da República, o que permitiria à Região
Autónoma da Madeira, já este ano, poupar mais de 1 milhão de euros nos juros que tem a pagar à República,
com uma taxa de 3,075%. Previmos que, para o ano, só cobraríamos 2,83% e, na maturidade até 2040, isto
permitiria à Região Autónoma da Madeira poupar 55 milhões de euros nos juros que tem a pagar à República.
Portanto, não levei uma mão cheia de nada, levei uma proposta e aguardo que o Governo Regional da
Madeira me responda a esta proposta. E também levei uma proposta sobre o subsídio social de mobilidade,
porque o subsídio que foi criado não financia a mobilidade dos residentes entre a Madeira e o continente, financia