I SÉRIE — NÚMERO 92
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taxar é para taxar. Refiro-me aos plásticos, à praga dos plásticos nas nossas sociedades, refletido no nosso
ambiente e nos nossos mares.
Os Verdes já apresentaram inúmeras propostas na Assembleia da República para que o mercado também
tenha responsabilidade na regulação e na redução dos plásticos. O Governo não apresenta propostas
relativamente a essa matéria e o PS, aqui, não aprova as propostas de Os Verdes.
Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, se a lógica é só taxar, esse não é o caminho correto, temos de trabalhar todos
para a redução destes resíduos, que é uma matéria que se impõe.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino já, Sr. Presidente.
Queria só referir outra questão, que tem a ver com a cedência aos interesses económicos. É isso que o
Governo está a demonstrar relativamente ao consórcio Eni-Galp, quando recusa a avaliação de impacte
ambiental em relação à pesquisa de petróleo ao largo de Aljezur.
Sr. Primeiro-Ministro, o que é que um estudo de impacte ambiental poderia demonstrar ou revelar que o
Governo não quer que seja revelado?
Aplausos de Os Verdes e de Deputados do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, vou ser mesmo telegráfico para
ver se consigo responder às três questões nos 59 segundos que me restam.
Em primeiro lugar, o Governo não quer esconder nada nem terminou nada. O Governo limitou-se a aceitar a
decisão técnica da Agência Portuguesa do Ambiente, que dispensou o estudo de avaliação ambiental para a
fase de prospeção mas não a dispensou para uma eventual fase de exploração, se vier a ser o caso.
Em segundo lugar, relativamente aos plásticos, no dia 8 de junho, isto é, daqui a três dias, será apresentado
o relatório da política de redução e reutilização dos plásticos.
Em terceiro lugar, e voltando à questão dos professores, gostaria que ficasse muitíssimo claro,
definitivamente, que, quando falei de 600 milhões de euros, esse nem é o custo dos 9 anos, 4 meses e 2 dias,
porque os 9 anos, 4 meses e 2 dias incluem também a suspensão da contagem entre 2005 e 2007. Estes 600
milhões de euros são só ao custo que teria o tempo de 2011 a 2017, e, por mais faseamento que exista, no final
do dia, são sempre 600 milhões de euros por ano, Sr.ª Deputada!
É preciso perceber que não são 600 milhões de euros que invisto agora para construir um conjunto de
escolas. Não, são mais 600 milhões de euros que todos os anos se pagarão relativamente a essa situação, e
para isso não há condições.
Por isso, cumprindo a lei da Assembleia da República, com boa-fé negocial e espírito construtivo, fomos ao
limite das capacidades financeiras, em primeiro lugar, e de um tratamento de igualdade relativamente a todos
os outros servidores do Estado, em segundo lugar.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Temos todo o respeito pelos educadores e professores, mas não podemos
introduzir uma medida discriminatória relativamente aos demais profissionais.
O Sr. Presidente: — Tem mesmo de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — É por isso que os 2 anos, 9 meses e 18 dias não é um número cabalístico que
saiu da nossa imaginação, é o número que colocaria os professores em exato pé de igualdade com todos os
demais e de uma forma que, de acordo com a lei do Orçamento do Estado, corresponde à disponibilidade
financeira.