I SÉRIE — NÚMERO 93
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O Sr. José de Matos Rosa (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Pedro Pimentel (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Grupo Parlamentar do PSD
entende que as propostas apresentadas aqui hoje pelo Partido Ecologista «Os Verdes» merecem ser mais
aprofundadas, no sentido de se avaliar o seu verdadeiro impacto e o seu acolhimento pelos diversos
intervenientes nesta matéria.
À primeira vista estas parecem ser propostas positivas que podem contribuir para aumentar a segurança nas
praias portuguesas.
Assim, parece-nos ser de todo conveniente a realização de alguns estudos, bem como a audição de todos
os agentes envolvidos na assistência a banhistas, nomeadamente, o Governo, a Marinha, as câmaras
municipais, as juntas de freguesia, os nadadores-salvadores e os concessionários das praias.
Desta forma, poderíamos avançar para uma legislação mais abrangente e mais atual no que diz respeito à
segurança dos banhistas nas nossas praias.
Defendemos também que deve haver um maior investimento na prevenção através da promoção de
campanhas de sensibilização dos cidadãos, por exemplo, nas escolas, incutindo desde muito cedo nas crianças
uma cultura de segurança na utilização das nossas praias. Esse deverá ser o caminho principal a seguir, pois,
por muitos meios humanos e materiais que possamos alocar, se não existir a colaboração de todos aqueles que
acorrem às praias portuguesas, quer sejam marítimas, quer sejam fluviais, os acidentes continuarão a aumentar.
O PSD está disponível para trabalhar com todas as forças políticas no Parlamento no sentido de criar uma
legislação mais adequada que permita realmente contribuir para aumentar a segurança de todos aqueles que
frequentam as nossas praias.
Pegando no célebre ditado português de que «mais vale prevenir do que remediar», está, por isso, nas
nossas mãos trabalhar ainda mais e, sobretudo, criar todas as condições para que os banhistas estejam mais
seguros nas praias portuguesas.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís
Graça, do PS.
O Sr. Luís Graça (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, permitam-me que as minhas primeiras
palavras sejam para a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, autora da iniciativa legislativa. É que Os Verdes são
coerentes neste tipo de iniciativas relacionadas com a vigilância nas praias e a segurança dos banhistas, que
não é, de facto, um tema menor, e, sendo eu algarvio, quero aqui expressar que a vigilância e a segurança nas
praias têm uma importância, do ponto de vista económico, muito relevante para o Algarve. Não há dúvida
nenhuma de que todo o esforço que fizermos para sensibilizar os utentes e para reforçar a segurança nas praias
é um bom investimento para o País, é um bom investimento para as zonas balneares.
O Sr. Deputado Luís Pedro Pimentel falou do número de mortes que ocorreram no ano passado: 20 mortes.
Estes são também os dados que tenho, mas é bom não dramatizar estes números e explicar que uma parte
significativa destas mortes — que são sempre mortes trágicas, ainda mais quando ocorrem numa praia, num
espaço de lazer e lúdico — não são por afogamento, mas por outras razões.
Permitam-me que dê apenas o exemplo do Algarve. No Algarve, temos mais de 500 concessões de praia e
mobilizamos mais de 700 nadadores-salvadores. O esforço que é pedido neste projeto de lei, que tem a bondade
de nos fazer olhar para a segurança dos banhistas, não sei se seria sequer exequível colocá-lo em
funcionamento amanhã. Desde logo, porque já hoje na região do Algarve — não sei como é nos outros sítios —
existe um esforço muito grande por parte dos concessionários, nem sempre correspondido, para a contratação
de nadadores-salvadores. Isto é, muitas vezes é adiada a abertura da concessão por incapacidade de encontrar
nadadores-salvadores.
O Sr. Deputado Luís Pedro Pimentel fez referência a um conjunto de parcerias que poderiam ser encontradas
para financiar este modelo e eu quero realçar que esse parece-me ser um bom esforço e esta é uma boa
oportunidade — aliás, o Sr. Deputado do CDS também o fez — para olharmos para este problema de termos