I SÉRIE — NÚMERO 95
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A capacidade destrutiva é muito superior ao que se poderia prever, à partida.
Sr.as e Srs. Deputados, o ano de 2016 marca o início de um período de ilusionismo político protagonizado
pela dupla Costa/Centeno com o patrocínio e o apoio de Catarina e de Jerónimo.
Catarina e Jerónimo foram os partners convenientes e coniventes. Tem sido um tempo de truques, de
enganos e de manipulação.
Truques, porque apresentam e votam Orçamentos, com estratégia de ajustamento, com aumento da despesa
e, depois, constata-se que a mesma reduz brutalmente.
Enganos, de que foram e continuam a ser vítimas os portugueses pela degradação que trouxeram aos
serviços públicos.
O Sr. José de Matos Rosa (PSD): — Muito bem!
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Enganos, de que foram e continuam a ser vítimas os funcionários públicos.
Manipulação, que fizeram e continuam a fazer, com juras de defesa da qualidade do serviço público, mas
que na prática ficam cativas da lógica «todos somos Centeno».
Sr.as e Srs. Deputados, e como tem conseguido o Governo manter esta prática ilusionista, perguntarão os
portugueses. Quais foram os instrumentos que o Governo teve à disposição para conseguir mostrar algumas,
poucas, flores?
O mais importante e mais relevante: o acervo e o conjunto de reformas efetuadas pelo anterior Governo, que
deram força à recuperação económica do País a partir do segundo semestre de 2013.
Protestos da Deputada do PS Joana Lima.
Outro: o preço, anormalmente baixo, do barril de petróleo, que permitiu ao Governo aumentar os impostos
sobre os produtos petrolíferos logo no início de 2016 e que possibilitou um imenso aumento de arrecadação
fiscal por essa via.
O Sr. Carlos Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — Por outro lado, a política monetária do Banco Central Europeu, com uma
estratégia fundada em programas de compra ativos soberanos com cedência de liquidez a juros negativos,
permitiu baixar de forma sustentada a fatura dos juros a pagar.
Apesar deste contexto único, de que foram herdeiros, nenhum dos mais relevantes indicadores mostrou
resultados melhores em 2016 do que os obtidos em 2015. Basta atentar para o PIB real, para a evolução da
dívida pública e para o investimento público.
No PIB, o crescimento passou de 1,8% para 1,5%. Na dívida pública passou de 128% para 130% do PIB. Na
formação bruta de capital fixo (FBCF), passou de 5,8% para 1,6% do PIB, abaixo de 2015, atingindo valores
inferiores a 2008. O prazo médio de pagamento do Estado aos fornecedores, que vinha a cair sustentadamente
desde 2011, voltou a subir em 2016. O risco de pobreza dos desempregados agravou-se em 2016, em relação
a 2015.
Em suma, a governação destes últimos três anos tem sido suportada pelas reformas realizadas pelo anterior
Governo, pelo preço de saldo do barril de petróleo e pela política monetária do BCE (Banco Central Europeu).
Sr.as e Srs. Deputados, neste palco de ilusionismo, quais foram, então, os adereços que o Governo socialista,
bloquista e comunista utilizou?
Como já dissemos, ainda antes da apresentação do Orçamento do Estado para 2016, houve um brutal
aumento do ISP (imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos), a que nem o gasóleo da agricultura
escapou.
Protestos da Deputada do PS Joana Lima.
Daí para a frente foi colocar a imaginação a funcionar no sentido de aumentar impostos, os que existiam e
outros que se criaram. Foi tal o envolvimento dos parceiros que cada um competia com o outro e revindicava a