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30 DE JUNHO DE 2018

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aquilo que nos deve animar e, por isso, temos de ter um trajeto. Um trajeto que, desde 2016, sabemos que é

bem diferente daquele que foi o trajeto até 2015.

Aplausos do PS.

Os números mostram, e estão continuamente a mostrar, esse trajeto de evolução progressiva, com confiança

e, sobretudo, atraindo os jovens para o trabalho científico.

O número de investigadores em Portugal está a aumentar, o número de investigadores nas empresas está a

aumentar e, certamente, temos hoje dados preliminares de 2017 que, juntamente com os dados de 2016, nos

confirmam o processo de convergência europeu, que é o único que podemos ter como desígnio para Portugal:

mais ciência, mais aprendizagem, mais emprego científico e, certamente, a dignificação do interesse público,

juntamente com as condições para o desenvolvimento económico e social.

A par do programa Estímulo ao Emprego Científico, lançámos também o desafio às instituições públicas e

às instituições privadas, incluindo as empresas, de criar um novo tipo de instituições, partilhando o risco na

criação de emprego. Os laboratórios colaborativos surgem deste esforço, hoje consensual na sociedade

portuguesa e adotado até no contexto europeu. Ainda na quarta-feira estive em Berlim a falar sobre o exemplo

da promoção dos laboratórios colaborativos em Portugal como um caso de excelência de participação pública

naquilo que é um esforço de partilhar o risco, público e privado, e criar emprego.

Emprego científico implica também mais emprego qualificado e, por isso, hoje, temos, certamente, o número

de investigadores, no setor público e no setor privado, a crescer. Nunca tínhamos tido, desde 2010, o

crescimento do número de investigadores nos laboratórios do Estado como temos hoje, particularmente após o

ano de 2017. E nunca tínhamos tido o aumento da despesa privada em investigação e desenvolvimento (I&D)

a superar a despesa pública em investigação e desenvolvimento.

É suficiente? Não! Queremos mais? Queremos muito mais! Queremos, efetivamente, duplicar a despesa

pública até ao ano de 2030 e multiplicar por quatro a despesa privada para que, com isso, criemos mais emprego

e, sobretudo, melhor emprego em Portugal.

Criar hoje melhor emprego é investir no conhecimento, é investir na formação de mais jovens e, por isso,

obviamente, temos trabalhado sistematicamente com o setor público e com o setor privado, mas sempre

considerando o conhecimento como um bem público.

Aquilo que é hoje a estratégia portuguesa de ciência aberta tem como base, num contexto europeu

internacional, a dignificação daqueles que trabalham pela divulgação pública do conhecimento. Por isso,

estimulámos os repositórios científicos e estamos crescentemente a divulgar a abertura do conhecimento a

Portugal, aos países de expressão portuguesa e na Europa. É um esforço contínuo e sistemático que temos de

prosseguir.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Fica assim concluído este período de questões à tutela.

Vamos, agora, entrar no período de intervenções, para o que tem a palavra o Sr. Deputado Alexandre

Quintanilha, em nome do Partido Socialista.

O Sr. Alexandre Quintanilha (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Sendo o tema deste debate

a precariedade na ciência, é crucial percebermos de onde viemos, onde estamos e para onde queremos ir.

A Sr.ª Elza Pais (PS): — Muito bem!

O Sr. Alexandre Quintanilha (PS): — Portugal iniciou a exploração do conhecimento no Renascimento, mas

a Inquisição, a instabilidade política e a ditadura foram implacáveis para com a curiosidade e a imaginação dos

portugueses. Muitos foram perseguidos e presos e foram poucos os que conseguiram emigrar e prosseguir os

seus estudos. Tentativas tímidas de mudança que foram surgindo ao longo de quatro séculos não tiveram

continuidade.