5 DE JULHO DE 2018
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E vêm agora falar de desenvolvimento, de preocupações com o interior, de proximidade, quando tudo o que
fizeram foi agravar a vida daquelas populações…
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … e contribuir para a desertificação e o despovoamento do nosso País?!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Deputado, gostaria de lhe colocar questões sobre o acordo entre o PSD
e o Governo, em relação ao qual parece haver algum incómodo. É que o PSD vai agora dar a mão ao PS para
o Governo fazer aquilo que não tinha condições para fazer e, por essa via, o PSD, mesmo sem estarem
garantidas as condições para a transferência de competências para as autarquias, vai dar esse mesmo acordo.
Mas sobre essa matéria nada referiu.
Pergunto: os Deputados do PSD estão confortáveis por a proposta de lei de alteração da Lei das Finanças
Locais manter o incumprimento dessa Lei por mais três anos? Estão confortáveis por darem acordo a um
acréscimo de 24 milhões de euros na receita do IVA (imposto sobre o valor acrescentado), que vai contribuir
ainda mais para as assimetrias regionais? É que — veja-se! — dá com uma mão e tira logo com a outra a seguir,
porque essas verbas vão deixar de fazer parte da base de incidência do cálculo para o fundo de equilíbrio
financeiro, que seria distribuído por todos os municípios.
O PSD é responsável por atacar as funções sociais do Estado ao não garantir a sua universalidade e ao
querer espartilhar a política de educação, a política de saúde, a política cultural por 308 municípios com 308
políticas, não garantindo essa mesma universalidade e penalizando as populações, porque esse vai ser o
resultado de se querer transferir competências sem ter os meios para fazer face aos problemas que estão em
cima da mesa de modo a resolvê-los.
Essa será uma responsabilidade do PS e do PSD se avançarem com este processo — ainda por cima numa
perspetiva de 15 dias. Vêm falar de seriedade, de responsabilidade e, depois, em 15 dias querem fechar um
processo com esta dimensão e natureza, com as questões que se colocam do ponto de vista do regime
financeiro das autarquias locais? De facto, fica bem claro quais são os objetivos que estão presentes
relativamente a esta matéria.
Aquilo que está em cima da mesa é, de facto, a penalização das populações, colocando em causa os serviços
públicos e as funções sociais do Estado.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António Costa Silva, do Grupo
Parlamentar do PSD.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Sr. Presidente, antes de mais, quero agradecer as questões que me
foram colocadas.
Sr. Deputado Santinho Pacheco, não percebo qual é a parte que não percebeu. Estamos a falar do tempo
atual, não estamos a falar da troica. Aqueles problemas do interior são de agora, são dificuldades que se sentem
agora e que nós, objetivamente, queremos ajudar a resolver, porque o interior não merece ser maltratado. É
pelos portugueses, pelas nossas gentes, que estamos envolvidos neste projeto.
Srs. Deputados, muitos de vós falaram sobre a questão da regionalização. Nós temos um projeto em cima
da mesa — estamos a discuti-lo hoje — em que toda a discussão fica em aberto, e vamos tê-la daqui para a
frente.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Qual é a posição do PSD?