I SÉRIE — NÚMERO 102
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O Sr. António Costa Silva (PSD): — Vai ser criada uma comissão especificamente para estudar todas as
possibilidades e cada um discutirá à sua maneira e da forma como entender.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Qual é a posição do PSD?
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Ao Sr. Deputado João Vasconcelos quero dizer que nós, para falarmos
das nossas gentes, dos portugueses, não precisamos de bombos, basta falar com alma e coração, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Alves (PSD): — Muito bem!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Sabe uma coisa que é curiosa? Ainda ontem, dizia o Sr. Primeiro-
Ministro que a solução da geringonça ganhou um lugar no coração dos portugueses. Portanto, fiquem
descansados, não tenham ciúmes, que nós não temos preocupações nessa matéria.
Sr.ª Deputada Paula Santos, certamente estará preocupada com as poucas câmaras do PCP — será isso,
certamente.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Veja lá o nível desse argumentário!…
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Já tivemos um longo debate sobre esta matéria, meses de audições
de dezenas de entidades, não sei o que é que o PCP quer debater mais ainda. Temos é de decidir, temos de
agir, é isso que nos compete.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — A Mesa aguarda as inscrições dos Srs. Deputados. Há vários partidos que ainda não
intervieram, um dos quais é coapresentador da proposta em discussão.
Pausa.
Entretanto, inscreveu-se o Sr. Deputado Álvaro Castello-Branco, do Grupo Parlamentar do CDS-PP, para
uma intervenção.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Então, o CDS vai estragar isto e vai-se meter no meio?!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Afinal quem é o pai da criança?!
O Sr. Álvaro Castello-Branco (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Estamos aqui hoje, uma
vez mais, a discutir uma iniciativa no âmbito do tema da descentralização.
Quando, no passado dia 14 de junho, aqui discutimos iniciativas relacionadas com finanças locais,
nomeadamente a proposta de lei do Governo de alteração à atual Lei das Finanças Locais, o CDS apresentou
um vasto conjunto de críticas relacionadas com a forma como o Governo conduziu o processo relativo à
descentralização de competências para os municípios e, depois, com as opções que verteu no texto da proposta
de lei sobre as finanças locais.
Sim, é certo que, apesar de um caminho, iniciado pelo anterior Governo, de reforço das competências das
autarquias locais, Portugal é, ainda hoje, um dos países mais centralistas a nível de competências concentradas
no poder central.
Sim, existe um largo consenso quanto à necessidade de reforço das competências das autarquias locais
relativamente a áreas tão essenciais como a saúde, a educação, o transporte escolar, a proteção civil, a
valorização e dignificação de equipamentos educativos e muitas outras, privilegiando uma atuação de qualidade
e de proximidade aos cidadãos.