7 DE JULHO DE 2018
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Esta semana o Ministro do Trabalho disse, a quem o quis ouvir, que o Governo negociou em nome próprio
com os parceiros sociais, assumiu o risco e não quis assegurar previamente condições políticas para que, para
além do Partido Socialista — e ao que parece até mesmo dentro do Partido Socialista —, as suas opções
tivessem vencimento.
Eis, pois, o que está aqui em causa: um Governo rodeado por dentro, sem pontes nem diálogo com o suporte
político e partidário; um Governo em risco de isolamento, orgulhosamente só, que provoca aqueles de quem
precisa, e provoca até o Tribunal Constitucional, pondo em risco, desta forma, e sem hesitação, aqueles a quem
estende a mão.
Vejam, Sr.as e Srs. Deputados, a que ponto chegámos da fragilização da concertação social: o Primeiro-
Ministro assina um acordo tripartido e não acautela politicamente condições para honrar a sua palavra.
Um Governo que age assim não dá valor à palavra, não se vincula verdadeiramente aos seus compromissos.
Como pode dignificar o diálogo social? Não pode!
Quem está assim, em tudo, precário, não tem credibilidade no combate à precariedade, porque não há nada
mais precário do que a palavra do Primeiro-Ministro.
Aplausos do CDS-PP.
Sr.as e Srs. Deputados: Este não é o acordo de concertação social que seria promovido pelo CDS, mas é o
acordo que temos.
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Felizmente!
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Diante disto, importa dizer claramente que o CDS respeita e
valoriza o acordo alcançado, porém, não permitirá que, em seu nome, e em nome daquilo que sempre defendeu,
se implementem medidas do Programa do Governo de que sempre discordou.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, a Mesa não regista nenhuma inscrição para
pedidos de esclarecimento, aliás, a Mesa não regista qualquer pedido de palavra.
Pausa.
Bom, como a Mesa não regista qualquer pedido de palavra…
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, peço desculpa, permite-me o uso da palavra?
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Presidente, temos um colega que vai intervir mas, como nós já interviemos
neste debate, gostávamos que o Partido Socialista, que percebemos estar cheio de dúvidas e de perplexidades,
pudesse também dar um ar da sua graça.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Ó Sr. Deputado Adão Silva, nós, na vida, queremos muita
coisa, mas muitas delas não dependem de nós e, portanto, neste caso…
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Sr. Presidente, permite-me…
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Faça favor, Sr. Deputado.