20 DE SETEMBRO DE 2018
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Protestos do PCP e do BE.
E, apesar dessas dificuldades que herdámos — e podia dar, aqui, o exemplo de uma herança pesada, como
faz o Sr. Ministro, lembrando apenas o Túnel do Marão, mas não é isso que quero fazer —, no tempo do CDS
e do Partido Social Democrata, nunca o País assistiu a uma degradação tão grande de todos os serviços
públicos prestados aos portugueses.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É verdade!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Isso é algo que nos faz pensar, porque o CDS, de forma responsável e
séria, alertou, atempadamente, para os problemas que poderiam existir na saúde, se não houvesse
investimento. Infelizmente, tivemos razão. Dizem-no os utentes, dizem-no os conselhos de administração,
dizem-no aqueles que, todos os dias, de forma direta ou indireta, contactam com o Serviço Nacional de Saúde.
Alertámos para o que a falta de investimento público podia causar na educação. Pois bem, o ano letivo
começa agora e não faltam notícias de falhas graves, de falhanços desta governação, apoiada pela geringonça
PCP, Bloco de Esquerda, Os Verdes e PS.
Mas poderíamos dizer algo, que foi a essência do debate, sobre os serviços públicos de transportes. Se há
desafio a que devíamos responder com largo consenso é sobre o papel da ferrovia no País. Como é que ela se
integra no sistema de transportes nacionais? Qual é o papel do transporte aéreo e dos transportes rodoviários?
Sobre esta matéria, infelizmente, a política tem sido errática. Como é que este setor pode ajudar na coesão
territorial? Fiz perguntas, espero que o Sr. Ministro responda, sobre algo que é fundamental para a economia e
para a coesão territorial, que são aquelas pequenas ligações, chamemos-lhes last mile, chamemos-lhes
investimentos que complementam outros investimentos já feitos e que têm um impacto enorme na capacidade
exportadora e na capacidade de atrair investimento no conjunto do interior. Pois não temos notícia. E, para essas
ligações, damos o nosso consentimento. Posso apenas sinalizar duas, fora do meu distrito: o IC6 — e, quando
o Sr. Secretário de Estado esteve, há muito pouco tempo, na zona de Oliveira do Hospital, falou em todos menos
neste — e a EN125.
Podemos falar, ainda, no caso da ferrovia, no que queremos para o transporte de passageiros, no que
queremos para o transporte de mercadorias, no que queremos de rede, no que queremos da EMEF e sobre
como o País se está a preparar e se vai situar naquilo que é a liberalização do setor ferroviário em 2019, enfim,
em todas estas matérias que precisam de resposta.
Tivemos um ponto de partida, o PETI 3+, não fugindo o Governo, e bem, daquilo que lá estava
consensualizado.
O que queremos dizer ao Governo e ao Partido Socialista é que, se conseguirem cumprir as promessas que
fizeram no Ferrovia 2020, no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas, na saúde, na educação e na
coesão territorial, o CDS dará o seu consentimento. O CDS, nesta matéria, como sempre, pauta-se pela
responsabilidade, pela noção de que é preciso ter contas públicas equilibradas.
O que não podemos fazer do debate, de uma vez por todas, é um conjunto de faz de conta que fazemos
oposição, que é bem visível no conjunto de projetos de resolução do Partido Comunista Português e do Bloco
de Esquerda onde pedem obras, mas, depois, na realidade, nada acontece. Faz-se um conjunto de anúncios,
como este debate que o Partido Socialista marcou, mas, depois, temos de pedir: «Então, digam-nos uma obra
que esteja concluída».
Tivemos todos oportunidade de ver, há pouco tempo, a proposta da CIP (Confederação Empresarial de
Portugal) para o Orçamento do Estado. Uma das obras estruturantes, considerada pela CIP, chama-se Corredor
Ferroviário Internacional Norte Aveiro-Salamanca. O Sr. Ministro terá oportunidade de nos dizer para quando
está previsto o Corredor Ferroviário Aveiro-Salamanca, que é, segundo a CIP e o CDS, fundamental para as
exportações e para a economia portuguesa. Qual é o calendário? O que é que está a ser feito? Queremos saber
se, de facto, temos um plano nacional de investimentos ou se temos, apenas, um plano nacional de intenções.
Aplausos do CDS-PP.