I SÉRIE — NÚMERO 4
20
sentido de ajudar a explorar o desenvolvimento de outros setores que tão importantes são para o crescimento
económico do nosso País.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Jamila Madeira, de facto, o turismo não é só o
turismo. O turismo tem um efeito de arrastamento do conjunto dos outros setores da atividade económica,
porque tem a ver com a construção, com a agricultura, com toda a produção agroalimentar, com a cutelaria,
com as louças, com os vidros, com toda uma cadeia de serviços na área dos transportes, etc. Tem a ver com
um conjunto de atividades, tem a ver com o desenvolvimento do território.
Se há coisa em que claramente o País tem de apostar é cada vez mais na diversificação da sua oferta
turística. Regiões como a sua não podem ser só regiões de sol e praia, tem de ser regiões exploradas
turisticamente 365 dias por ano.
Há regiões que tradicionalmente não eram de turismo, mas que hoje, com a força que tem o turismo da
natureza, podem e devem ser um grande motor de desenvolvimento. Falo, por exemplo, de todas as regiões do
interior.
Basta ver o que aconteceu na Região Autónoma dos Açores desde 1996 para perceber o impacto
extraordinário que o turismo pode ter no desenvolvimento da atividade económica de toda uma região. Aliás, o
Sr. Deputado Carlos César não precisa ficar tão imodesto! Tem razões para se orgulhar do trabalho que aí fez
e que continua agora a ser feito.
Portanto, o turismo é, efetivamente, um motor essencial, mas convém, no sucesso do turismo, não nos
perdermos ignorando uma realidade muitas vezes pouco percebida e tantas vezes combatida pela direita,
porque o sucesso das nossas exportações não assenta só no turismo.
Hoje, exportamos mais bens do que serviços e isso significa que a competitividade na nossa economia tem
existido. Temos crescido e ganho quota de mercado nos setores tradicionais, como o calçado ou o têxtil, quer
nos setores mais inovadores como muitas startup e não é apesar daquilo que foi feito nos últimos dois anos,
mas graças àquilo que fizemos nesse período.
Passámos de uma estratégia de empobrecimento coletivo e de hiperausteridade para uma estratégia que
soube combinar a devolução de confiança à sociedade com a devolução dos rendimentos que lhes tinham sido
subtraídos e reduzimos o brutal aumento de impostos que a direita tinha feito, transmitindo, deste modo,
confiança aos empresários, o que fez com que estes tenham aumentado o seu investimento e, com o
crescimento do investimento privado e público, o desemprego tenha tido uma queda absolutamente
extraordinária passando de um valor que estava acima dos 12% para cerca de 6,7%. São 321 000 novos postos
de trabalho criados nestes cerca de três anos.
Este é um número absolutamente extraordinário e resulta de uma política económica que, como sempre
dissemos, tinha um objetivo essencial: emprego, emprego, emprego. Isto porque é com o emprego que a
economia cresce e é com emprego também que consolidamos de modo sustentável as nossas finanças públicas.
É assim que temos conseguido consolidar as nossas finanças públicas, mas essa consolidação teve um
contributo também decisivo: saímos do procedimento por défices excessivos e isso melhorou a nossa
credibilidade, melhorámos o nosso rating e pagamos hoje menos 1400 milhões de euros de juros de serviço da
dívida do que pagávamos anteriormente.
É isso que permite que hoje tenhamos mais 700 milhões de euros de despesa pública em saúde. É isso que
permite que os portugueses, este ano, paguem menos 1000 milhões de euros de impostos. Repito, as famílias
portuguesas vão pagar menos 1000 milhões de euros de impostos do que pagaram no ano anterior!
Este ganho deve-se ao sucesso desta estratégia, desta política, por isso temos de ter a firmeza de lhe dar
continuidade com equilíbrio. Temos de ter mais rendimentos, mais investimento, contas certas,…
Risos de Deputados do PSD.
… porque é assim que continuamos a ter mais crescimento, melhor emprego e menos desigualdades.