O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

20 DE OUTUBRO DE 2018

21

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, pelo Grupo Parlamentar do PCP, o Sr. Deputado Duarte Alves.

O Sr. Duarte Alves (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados:

Discutimos hoje o tema da interioridade e, neste debate, não podemos deixar de fora as questões da política

económica. Sim, Sr. Ministro, aquilo que o interior necessita, mais do que medidas avulsas, é de uma estratégia

que aponte para o desenvolvimento dos setores produtivos, com serviços públicos de qualidade, transportes e

acessibilidades em condições, emprego com direitos, para fixar as populações e permitir o desenvolvimento.

Sr. Ministro, não basta atirar benefícios fiscais para cima dos problemas do interior! O que as micro, pequenas

e médias empresas, que representam a maioria do tecido empresarial no interior, precisam é que se baixe os

custos dos fatores de produção, nomeadamente no que diz respeito ao transporte de mercadorias e também à

energia.

A proposta do PCP, de reduzir o IVA da energia para os 6%, traria baixa efetiva do preço da eletricidade,

com melhorias para a vida das populações e também vantagens para a tesouraria das empresas, algo que está

ainda por garantir com as medidas anunciadas pelo Governo na proposta de lei de Orçamento do Estado.

Pergunto-lhe: se a eletricidade é um bem essencial e se sabemos que só cinco países na União Europeia pagam

mais IVA do que nós na eletricidade, então, não seria melhor baixar o IVA, revertendo, assim, uma das medidas

mais gravosas tomadas pelo anterior Governo PSD/CDS?

O Sr. João Dias (PCP): — Muito bem!

O Sr. Duarte Alves (PCP): — É também preciso acabar com as portagens nas ex-SCUT (sem custos para

o utilizador) e acabar com as concessões destas vias a privados, ainda mais quando o Estado tem encargos

para assegurar os lucros das grandes empresas multinacionais que exploram estas vias, e isto agravado, no

caso da A23, em que o valor das portagens nem sequer fica para o Estado, vai para a concessionária.

Sr. Ministro, sai demasiado caro ao País, em particular, às regiões do interior, esta obsessão em manter

estas PPP (parcerias público-privadas) e as portagens nestas vias. A redução das portagens foi um passo na

direção certa, mas a opção que tem de ser feita é o fim das portagens.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro Adjunto e da Economia.

O Sr. Ministro Adjunto e da Economia: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Duarte Alves, é necessário

continuar a investir, e continuar a investir nos serviços públicos.

É necessário também percebermos o seguinte: a atividade no interior não vive só dos grandes investimentos,

vive também das pequenas iniciativas de proximidade. É importante sabermos encontrar instrumentos que

apoiem investimentos criadores de emprego, geradores de atividade económica, suscetíveis de atrair turismo

ou outras atividades, para podermos valorizar os territórios do interior.

É por isso que, no âmbito do sistema de incentivos ao empreendedorismo e ao emprego, que se destina a

apoiar pequenos projetos, nós já tínhamos, até ao final do primeiro semestre do ano passado, 335 projetos

aprovados nos territórios do interior, num apoio total de 17 milhões de euros e num conjunto de investimentos

muito significativo. São pequenos investimentos, são investimentos na modernização de uma loja, na criação de

uma unidade de valorização de produtos locais, na comercialização de produtos diversos. Estes investimentos

são muito significativos.

São também significativos os apoios no programa Valorizar (Programa de Apoio à Valorização e Qualificação

do Destino). O programa Valorizar foi criado por este Governo para apoiar pequenas iniciativas, pequenos

investimentos no setor turístico e já teve, até agora, 121 candidaturas aprovadas e um investimento total de 44

milhões de euros.