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I SÉRIE — NÚMERO 18

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Nós temos a certeza de que os portugueses abominam as vossas aldrabices…

Protestos do PS.

… em torno do real valor do défice, das pensões antecipadas, do imposto sobre os combustíveis ou, ainda,

da carreira dos professores — da carreira dos professores! Ora digam lá agora alguma coisa!

Aplausos do PSD.

Protestos do PS.

Mais, também temos também a certeza de que os portugueses estranham que este Orçamento diga pouco

ou nada sobre a criação de emprego que vai abrandando, Sr. Ministro (vai, vai, como o senhor sabe!), o estímulo

à poupança, que é a base do crescimento, e o apoio às empresas, de que o senhor tanto se gabou. Falou com

as empresas, Sr. Ministro? É que elas dizem que não têm apoios e nós percebemos que não, porque são

detestadas pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP, mas são o lugar onde nasce o emprego, a riqueza e a

prosperidade de Portugal.

Temos também a certeza de que os portugueses não toleram mais: a degradação nos transportes públicos;

a indignidade das condições do trabalho nos tribunais e das forças de segurança; as trapalhadas na educação,

Sr. Ministro da Educação, nomeadamente, na suposta educação inclusiva; a demora de meses e meses para

receberem a pensão de velhice, Sr. Ministro da Segurança Social; as crescentes listas de espera em consulta e

cirurgia no Serviço Nacional de Saúde, porque, afinal este não é prioridade neste Orçamento (e bem pode o Sr.

Ministro dizer que esta prioridade não é clara, é claríssima, pois V. Ex.ª gosta de superlativos absolutos

sintéticos, mas uma prioridade claríssima é o que nós não vemos neste Orçamento do Estado para o Serviço

Nacional de Saúde); ou ainda o aumento continuado e manhoso dos impostos indiretos, que todos pagam, de

forma injusta.

Dr. Centeno, temos a certeza de que os portugueses e os serviços públicos não toleram mais a guilhotina

das suas cativações, que são a suprema e refinada política de ilusões deste Governo.

Sr. Ministro, desta vez não! Desta vez, isto não vai lá com as «papas e bolos» orçamentais do costume,

porque os portugueses sabem bem quanto lhes custaram as cantigas ilusórias das cigarras socialistas do

passado.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Adão Silva (PSD): — Por isso, para terminar, faço-lhe esta pergunta: com este Orçamento eleitoral

para 2019, vai, outra vez, como aconteceu no passado, iludir e enganar os portugueses, até às eleições

legislativas, apostando no imediato, no presente, e esquecendo o Portugal do futuro?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Ministro das Finanças: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Adão Silva, gostava de começar por referir

que, depois do livro publicado na última semana, sobre caneladas estamos conversados, porque as caneladas

estão muito bem retratadas nesse livro.

Aplausos do PS.

A negociação que é feita seriamente em torno deste Orçamento é feita, Sr. Deputado, no âmbito da

Assembleia da República, à qual o Sr. Deputado pertence. Se calhar, um pouco mais de respeito sobre essas

negociações não lhe ficaria mal.