I SÉRIE — NÚMERO 18
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Este processo de recuperação é aquele que justifica que, hoje, tenhamos o investimento no SNS a crescer
acima de 20% e o investimento na ferrovia já materializado e, prospetivamente, em 2019 com um fortíssimo
crescimento, neste Orçamento do Estado.
O Sr. Pedro Alves (PSD): — Em projetos!
O Sr. Ministro das Finanças: — É essa trajetória para o investimento público que desenhámos no início da
Legislatura. Vamos com certeza cumprir, vamos continuar a atingir as nossas metas porque só assim o País
terá credibilidade, porque só assim o País terá futuro.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, do Grupo Parlamentar do Bloco de
Esquerda, para um pedido de esclarecimento.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças, nos anos que antecederam esta
Legislatura, os pensionistas não sabiam o futuro da sua pensão; os trabalhadores não tinham outra perspetiva
a não ser os aumentos do IRS e as falsas promessas de devolução da sobretaxa, bem a tempo das eleições;
os precários não vislumbravam qualquer sinal de proteção; milhares de desempregados, bem como as crianças
e os idosos mais pobres, deixaram de poder contar com o mínimo que lhes era garantido pelos apoios sociais.
Insegurança! A insegurança foi a marca que o PSD e o CDS deixaram em tantas e tantas pessoas em
Portugal, uma insegurança imposta sempre na base do medo, o medo de um futuro pior, o medo que não
existisse alternativa.
Três anos volvidos, o que tem esta direita apresentar ao País? Que programa defendem para este
Orçamento? Que alternativa tem hoje para apresentar quem sempre disse que não havia alternativa à
austeridade? Ninguém sabe, Srs. Deputados! Mas uma coisa sabemos: os Deputados do PSD e do CDS já não
podem contar com o medo para os ajudar. O discurso do susto, o discurso do papão, o discurso do Diabo
morreu, falhou e não há medo que, neste momento, sustente o projeto da direita.
Aplausos do BE.
Nos últimos 3 anos, Sr.as e Srs. Deputados, nos últimos três orçamentos, aos quais se junta este Orçamento
para 2019, quem vive em Portugal viu e sentiu avanços que até agora eram dados como impossíveis.
As pessoas vivem com mais segurança porque há uma tarifa social que lhes garante o acesso à energia;
vivem com mais segurança porque sabem que vão pagar menos pelos transportes; vivem com mais segurança
porque viram a sua pensão aumentar ao longo da Legislatura; vivem com mais segurança porque houve,
finalmente, quem olhasse para os precários no público e no privado,…
O Sr. Jorge Costa (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — … houve quem se preocupasse com a sua proteção social e houve quem
se preocupasse com a sua vinculação.
As pessoas vivem com mais segurança por recuperar os apoios sociais que eram um seu direito e de que
tanto precisavam. Quem ganha o salário mínimo nacional vive com mais segurança porque, em janeiro de 2019,
ganhará, pelo menos, mais 20% do que ganhava em 2015.
Aplausos do BE.
Sr. Ministro, a recuperação da economia deu-se porque demos garantias às pessoas.
A direita está convencida, e já o disse várias vezes, que a economia só cresce quando se sacrificam salários
e direitos laborais, quando se privatiza e se precariza e, por isso, está condenada a sacrificar salários e direitos
laborais, está condenada a precarizar e a privatizar.