I SÉRIE — NÚMERO 18
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Protestos do PS.
Ou será à enorme carga fiscal escondida neste Orçamento, que dá com uma mão e tira com a outra,
enganando todos os portugueses, carregados de impostos indiretos?!
Aplausos do CDS-PP.
Ou serão os episódios sucessivamente incómodos, com Tancos à cabeça, passando pelo Deputado do PS
que, afinal, fruto da pressão parlamentar, já não vai para o regulador da energia?!
Protestos da Deputada do PS Marisabel Moutela.
Não quer o Sr. Primeiro-Ministro que lhe pergunte, afinal, se sabia ou não do encobrimento de Tancos?!
Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.
Há dois anos, o Sr. Primeiro-Ministro escondeu-se para evitar as perguntas incómodas sobre as
circunstâncias da, então, administração da Caixa Geral de Depósitos. Todos nos lembramos desse episódio
lamentável.
Protestos de Deputados do PS.
Hoje, consigo ensaiar um conjunto de explicações, mas vão todas bater no mesmo ponto: o Orçamento do
Estado é o documento produzido pelo Governo e aprovado neste Parlamento que mais influência tem na nossa
vida coletiva.
Protestos do PS.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — E, ainda assim, não fala dele!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Fica-lhe mal, Sr. Primeiro-Ministro, esta atitude displicente e
arrogante, de quem acha que tudo pode, de quem acha que está tão confortável no seu lugar que nem se digna
sujeitar-se ao debate, à crítica e ao escrutínio.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sinto vergonha alheia!
Aplausos do CDS-PP.
Protestos do PS.
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Sinto o mesmo sempre que a Sr.ª Deputada fala!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Já me ouviu dizer que este Governo só tem um Primeiro-Ministro e
um Ministro das Finanças, todos os outros membros são secretários de Estado. Parece que agora ficou também
sem Primeiro-Ministro!
O Sr. Primeiro-Ministro dizia, há umas semanas, que as propostas do Orçamento não são dos ministros, são
do Governo, mostrando bem que, para si, os ministros pouco ou nada valem, descartáveis que são depois de
participarem ativamente nas negociações do Orçamento, sem saberem que já não o irão executar. Foi assim
com Adalberto Fernandes, com Manuel Caldeira Cabral e com Luís Filipe de Castro Mendes.