30 DE OUTUBRO DE 2018
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A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, antes de irmos às questões do Orçamento, da
oportunidade perdida de um Orçamento que dá com uma mão aquilo que tira com a outra,…
Protestos do PS e do BE.
… há uma nota prévia que tem de ser feita. Este ano, como de resto aconteceu em 2016, o Sr. Primeiro-
Ministro repete o feito inédito de não dar a cara na apresentação e defesa do seu Orçamento do Estado.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É verdade!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Critiquei-o duramente na altura e critico-o hoje.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — É um desrespeito pelo Parlamento, é um sinal de cobardia política,
é a prova de que não está à altura do cargo que desempenha.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
Protestos do PS.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Um Primeiro-Ministro que falha o debate mais importante de todo o
ano parlamentar é um Primeiro-Ministro que falha no centro da sua ação.
Aplausos do CDS-PP.
Se não está à altura de apresentar e debater o Orçamento do Estado, então, não está à altura das funções
de Primeiro-Ministro.
Aplausos do CDS-PP.
Protestos do PS.
Um Primeiro-Ministro que não acha importante explicar o seu Orçamento a todos os portugueses no
Parlamento, que é o centro da democracia representativa, é um Primeiro-Ministro que não respeita o nosso
sistema político.
Protestos do PS.
Um Primeiro-Ministro que se furta ao debate é um Primeiro-Ministro fraco, pode viver da habilidade e do
esquema, mas será sempre fraco em estatura.
Um Primeiro-Ministro que se esconde atrás do seu Ministro das Finanças confirma um padrão: não dá a cara
quando alguma coisa lhe corre mal.
Protestos do PS.
Mas o que correrá mal neste momento, Sr. Primeiro-Ministro? Será este um Orçamento enganador?! Um
Orçamento que frustra expectativas criadas junto de tantos grupos, dos professores aos polícias, dos
enfermeiros aos pensionistas?! É o Orçamento da regra «60 anos de idade/40 anos de descontos», que afinal
ninguém consegue explicar?! É a isto que o Sr. Primeiro-Ministro não quer responder?!