27 DE NOVEMBRO DE 2018
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Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Paulo Oliveira, do PSD.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados,
logo na primeira oportunidade, o Governo falha duplamente no cumprimento da nova Lei das Finanças Locais.
Falha ao subtrair perto de 20 milhões de euros às autarquias locais e às entidades intermunicipais em termos
de transferências financeiras e falha ao não dotar o Fundo de Financiamento da Descentralização (FFD) de
qualquer verba para financiar as novas competências a transferir.
O Governo falha, assim, com o processo de descentralização, a pedra angular da reforma do Estado, mas
quer continuar a falhar aos autarcas, propondo que as verbas a alocar ao Fundo de Descentralização fiquem,
repare-se bem, no juízo de um mero despacho do Sr. Ministro das Finanças.
Isto é absolutamente inaceitável, por isso propomos que os montantes do Fundo de Financiamento da
Descentralização sejam apresentados pelo Governo ao Parlamento sob a forma de proposta de lei. Isso não
atrasa o processo, atrasado está o Governo em três anos em torno deste dossier, isto torna-o, isso sim, Sr.
Secretário de Estado, num processo mais transparente. É isso que determina a Lei das Finanças Locais, é isso
que esperam os autarcas portugueses.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Ainda no âmbito deste artigo, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado
do Orçamento João Leão.
Faça favor, Sr. Secretário de Estado.
O Sr. Secretário de Estado do Orçamento: — Sr. Presidente, queria apenas referir que o aumento de
transferência de verbas para as autarquias consignado no Orçamento do Estado para o próximo ano, de mais
de 6%, é o maior aumento do século e cumpre a Lei das Finanças Locais.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, a Mesa aguarda novas inscrições ainda sobre este
artigo.
Pausa.
Não havendo mais inscrições, podemos passar ao Capítulo VI, relativo à segurança social.
O artigo 90.º tem agregadas as seguintes propostas de alteração: 69-C, apresentada pelo Bloco de Esquerda;
570-C, apresentada pelo CDS-PP; 576-C, apresentada pelo PSD; e 644-C, apresentada pelo PAN.
Para intervir sobre estas propostas que acabei de referir estão inscritos vários Srs. Deputados.
Tem a palavra o Sr. Deputado Tiago Barbosa Ribeiro, do PS.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs.
Deputados: Dignidade para quem trabalha, justiça para quem trabalhou; melhorar as condições de quem
trabalha e garantir que todos têm condições depois de deixarem de trabalhar.
É isto que define um dos cimentos da nossa ação governativa, é isto que define um grande pilar de justiça
social e é esta a nossa orientação nesta secção, neste artigo, no regime de flexibilização de acesso às pensões.
Justiça, porque sem ela não há igualdade. Justiça, porque é com ela que cumprimos a nossa palavra. Justiça,
porque é com ela que credibilizamos a nossa ação. Justiça, porque é com a gradual reposição de direitos e
rendimentos que cumprimos as nossas metas orçamentais, ao contrário da direita, que não cumpriu com a
justiça, não cumpriu com os pensionistas e também não cumpriu com as suas metas orçamentais.
Protestos do PSD.
Onde os senhores cortaram nós repomos; onde os senhores congelaram nós aumentamos; onde os
senhores quiseram privatizar, plafonar, nós dizemos: «Jamais!». Jamais, porque a liberdade garante-se com a