O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

21 DE DEZEMBRO DE 2018

23

Querem menos combustíveis fósseis, mas votaram contra as nossas medidas da mobilidade elétrica e contra

os investimentos na eólica e na hídrica.

A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Muito bem!

O Sr. Bruno Coimbra (PSD): — Reclamam a proteção do litoral, mas são contra a remoção de construções

ilegais e contra medidas de defesa da costa. Querem comportamentos mais sustentáveis, mas reverteram os

incentivos da fiscalidade verde, votaram contra a tributação dos sacos de plástico leves e contra a taxação dos

veículos em função das emissões de CO2.

A verdade é que neste desafio não se pode contar com Os Verdes!

A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Bem lembrado!

O Sr. Bruno Coimbra (PSD): — O Partido Ecologista «Os Verdes» que hoje fala da importância de Paris é

o mesmo que se empoleira, numa coligação com o PCP, para eleger dois Deputados, mas que não consegue,

sequer, que o mesmo PCP vote favoravelmente a ratificação desse acordo, que hoje diz ser fundamental.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada

Patrícia Fonseca, pelo CDS-PP.

A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, em primeiro lugar, queria saudar a Deputada Heloísa

Apolónia por, hoje, trazer este tema tão importante a Plenário.

Sr.ª Deputada, parece-nos a todos que é indiscutível que temos de mitigar os efeitos das alterações

climáticas, sendo também indiscutível que a COP24 foi, mais uma vez, pouco ambiciosa, sobretudo na falta de

definição de metas para os países cumprirem. Mas a União Europeia comprometeu-se, Portugal está também

comprometido e o Governo apresentou o Roteiro para a Neutralidade Carbónica para 2050. O grande

compromisso do Governo é a descarbonização, apostando, por um lado, na produção de energias renováveis

e, por outro lado, na mobilidade elétrica.

Portugal tem, de facto, excelentes condições para a produção de energia solar, de energia eólica e, até, da

energia das ondas, quando ela estiver mais desenvolvida, sobre a qual, aliás, não consta nem uma palavra

neste Roteiro para a Neutralidade Carbónica.

Mas, Sr.ª Deputada, para que a humanidade consiga resistir ao impacto das alterações climáticas, não basta

Portugal, ou a União Europeia, ou um conjunto de países contribuírem. Infelizmente — ou felizmente —, o ar e

o mar não têm fronteiras físicas e, portanto, Portugal é dado como um dos países que mais impactos vai sofrer,

mas também é um dos países que muito tem contribuído para a redução das alterações climáticas.

Estranho, por isso, que nem a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia nem nenhum dos Deputados que me

antecedeu tenham falado de uma matéria que vai ser fundamental para Portugal, que é a água.

Sr.ª Deputada, pergunto-lhe se não acha que, a par de uma estratégia de mitigação das alterações climáticas,

temos também de ter uma estratégia de adaptação às alterações climáticas. É que o CDS não conhece qual é

a estratégia de adaptação, nem sequer sabemos se o Governo tem alguma estratégia de adaptação

A Sr.ª Ilda Araújo Novo (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Sr.ª Deputada, no que diz respeito à água, tendo em conta a posição

conjunta que Os Verdes tiveram com o Governo para acabar com as barragens em Portugal e lendo as páginas

214 e 328 do Relatório do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), constatamos aquilo que o CDS

tem vindo a dizer frequentemente, ou seja, que a precipitação intensa vai ser cada vez mais frequente e as

secas cada vez mais prolongadas. O Painel Intergovernamental diz explicitamente que é preciso armazenar

mais água.