I SÉRIE — NÚMERO 31
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Temos as greves, temos falta de crescimento. Sr. Deputado, não sei se sabe o que é que o Fundo Monetário
Internacional disse sobre Portugal. Sabe o que é que o Banco de Portugal disse ontem sobre Portugal? O Sr.
Deputado não sabe tudo e aquilo que não quer saber faz parecer que não sabe, mas os portugueses sabem
perfeitamente o que é que estão a pensar.
Sr. Deputado, lembra-se dos roubos em Tancos? De quem foi a responsabilidade desta irresponsabilidade?
Sobre os incêndios, lembra-se da falta de socorro? Lembra-se da questão de Borba? Lembra-se da questão do
helicóptero do INEM? Sabe o que isto é? É a falência do Estado onde ele era mais preciso. A responsabilidade
é vossa!
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno
Magalhães.
O Sr. NunoMagalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Paulo Neves,
cumprimento-o por ter trazido um tema relevante, que tem a ver com a autonomia e com a Região Autónoma da
Madeira.
O Sr. FilipeNetoBrandão (PS): — Não tem a ver com Tancos!
O Sr. NunoMagalhães (CDS-PP): — Será sobre a Madeira que lhe farei uma pergunta e que cingirei o meu
pedido de esclarecimento.
O Sr. Deputado fez uma espécie de balanço de mais de 40 anos de governação. Gabo-lhe a coragem desta
tarefa, tendo em atenção que, para além de ser muito difícil resumir essa governação em 6 minutos, por muito
perfeita que possa ser, terá sempre as suas partes boas e as suas partes menos boas.
A Sr.ª MarianaMortágua (BE): — Que simpatia!
O Sr. NunoMagalhães (CDS-PP): — Com alguma simpatia, como disse a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua,
não diria que o PSD/Madeira faz diferente, mas registo que está diferente em relação a tempos não tão
longínquos quanto isso, nomeadamente no diálogo que tem estabelecido com a oposição, em concreto com o
maior partido da oposição, que, neste caso, é o CDS.
Nesse aspeto, queria salientar que, neste Orçamento do Estado, o PSD teve uma postura diferente em
relação há uns anos a esta parte,…
A Sr.ª MarianaMortágua (BE): — Essa é a parte boa!
O Sr. NunoMagalhães (CDS-PP): — …, tendo dialogado com o maior partido da oposição, o CDS, e, como
diz o Presidente do CDS/Madeira, Rui Barreto, foi possível fazer uma política com utilidade — utilidade para as
pessoas, utilidade para os madeirenses.
Por exemplo, por proposta do CDS, foi possível a tal redução do preço dos passes sociais, que, em alguns
casos, permitiu que os madeirenses fizessem uma poupança superior a 1000 €; foi possível a redução do IRC
para empresas sobre os primeiros 15 000 € de lucro tributável; foi possível a promoção e defesa dos produtos
regionais no âmbito do serviço público prestado aos madeirenses.
Portanto, registamos esta postura diferente da parte do PSD, que já deu os seus frutos ao permitir uma vida
melhor aos madeirenses.
Mas, Sr. Deputado, temos algumas críticas — e divergências, seguramente — em relação a determinadas
obras e ao excesso de obras que terão sido feitas pelo anterior Governo do PSD/Madeira. Algumas dessas
obras são muito discutíveis, outras são indiscutivelmente inúteis e outras, ainda, são indiscutivelmente úteis,
mas, pior do que não fazer obra, é não fazer obra nenhuma.