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17 DE JANEIRO DE 2019

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Eu sei que estavam habituados a fazer birras irrevogáveis que até obrigavam o então Primeiro-Ministro a

alterar a lei orgânica do Governo para criar o cargo de Vice-Primeiro-Ministro. Connosco não tem havido isso.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Agora é pior!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Connosco, há uma posição conjunta que tem sido respeitada e

que é fundamental.

Mas, Sr. Deputado, o senhor não pode dizer que aumentaram em não sei quantos os postos de correio e, ao

mesmo tempo, dizer que o CDS está preocupado com a qualidade do serviço. Se diz que aumentaram os postos,

então…

Agora, os postos de correio vão para as livrarias, para as lojas dos trezentos!? Mas nós estamos a falar de

quê, Sr. Deputado? De postos de correio?!

Sr. Deputado, também não sei onde foi buscar a ideia de que os autarcas têm pacificamente concordado

com o encerramento! Não sei a que autarquias se refere, só se forem as autarquias do CDS. É que, das

autarquias que conheço — e, aliás, já fui a várias —, eram todas contra o encerramento dos Correios.

O Sr. Deputado Luís Moreira Testa pergunta o que há a fazer face ao quadro que está traçado. Sr. Deputado,

acho que a resposta está no que foi dito por um camarada seu, Artur Penedos, que, na semana passada,

escreveu um artigo no Público, cujo título é o seguinte: É urgente reverter a privatização dos CTT. Acho que a

resposta está aí, Sr. Deputado.

Sr. Deputado Heitor de Sousa, quanto às licenças bancárias, é verdade, tem razão. E o que sucede é que,

quando foi com o BES ou com o BPN, ninguém levantou qualquer problema com licenças bancárias e, portanto,

aqui deveríamos estar na mesma situação.

O Sr. Deputado tem também razão ao dizer que este é um ano crucial para esta Assembleia decidir se quer

manter os CTT na esfera privada ou se é altura de o serviço postal regressar à esfera do Estado. Nós

consideramos que é absolutamente decisivo que venha para a esfera do Estado. Inclusivamente, já

apresentámos, há alguns meses, uma iniciativa legislativa nesse sentido, exatamente para haver uma reversão

do processo de privatização dos CTT, de forma a que a propriedade e a gestão regressem à esfera pública

porque essa é a única forma de garantir a qualidade do serviço prestado.

Sr. Deputado Bruno Dias, claro que é urgente fazer essa reversão, e quanto mais cedo melhor. É que, quanto

mais tarde se fizer, menos estações de correio haverá e mais prejuízos haverá para o Estado, porque, como

referi há pouco na tribuna, só em dois anos os acionistas já recuperaram um terço do investimento que fizeram.

Se calhar, é por isso que o Sr. Pires de Lima diz que foi um excelente negócio. Pois foi! Só que ele não diz é

para quem foi um excelente negócio!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Mas nós sabemos!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Mas nós sabemos! Para as populações não foi um bom negócio.

Para os autarcas não foi um bom negócio. E para o Estado foi um péssimo negócio, com o qual ainda hoje

estamos a sofrer.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Ricardo

Baptista Leite.

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A confiança entre os cidadãos

e quem governa os destinos de um país é um dos pilares fundamentais do Estado de direito democrático. Agora

que o Governo se aproxima do fim do seu mandato, volvidos mais de três anos no poder, confirma-se que essa

confiança foi quebrada.