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I SÉRIE — NÚMERO 39

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Pedia-lhe, pois, Sr. Deputado José Luís Ferreira, um comentário sobre esta transmutação de um serviço

postal em Banco CTT.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Passando agora de «perguntado» a «perguntador», tem a palavra,

também para um pedido de esclarecimento, o Sr. Deputado Bruno Dias, do PCP.

O Sr. BrunoDias (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Luís Ferreira, passo a ler uma pequena

passagem do relatório da ANACOM, que diz: «Os serviços que antes eram assegurados na estação de correios

são agora prestados numa papelaria, onde o atendimento é feito por pessoas sem a devida responsabilidade

ou dever de natureza deontológica, nomeadamente no que respeita às questões de confidencialidade, o que

vem suscitando algumas preocupações, particularmente no que se refere à garantia de sigilo e inviolabilidade

dos envios postais, bem como à proteção da vida privada».

Srs. Deputados, é disto que estamos a falar e é disto que trata o balanço, altamente entusiástico, que o CDS

faz quando se trata da abertura de novos estabelecimentos postais que, na verdade, são papelarias, são

retrosarias, são lojas de venda de materiais de construção. É assim a rede postal, tal como o CDS a conhece.

O Sr. HélderAmaral (CDS-PP): — Não foi isso que eu disse!

O Sr. BrunoDias (PCP): — E é assim que dizemos que não podemos continuar.

Perante a proposta do PCP, apresentada na Assembleia da República, e que iremos trazer de novo a

Plenário, para que seja novamente da esfera pública e da gestão pública a empresa CTT, o CDS — e,

certamente, o PSD — vão votar de uma maneira que já estamos a ver. O Sr. Deputado foi muito claro no que

disse, ou seja, o CDS e o PSD vão estar lado a lado com o PS nessa votação, tal como também estiveram lado

a lado com o PS na defesa da posição de manter a privatização dos CTT que os senhores ordenaram.

Portanto, quando se trata do interesse das populações e dos trabalhadores face ao interesse do Grupo

Champalimaud, da família Champalimaud e do Fundo Blackrock não temos dúvidas de que lado está o CDS.

Não podemos é continuar a ter este triste fado de andar a injetar dinheiro e a nacionalizar bancos que foram

arrombados pelo capital financeiro, e a ver, ao mesmo tempo, a impunidade do poder económico que tomou

conta dos Correios a encerrar e a desmantelar o serviço público postal. Isto, com o aplauso do CDS e do PSD,

que continuam a fazer um balanço muito positivo da privatização que decidiram, continuando agora a apoiar o

Governo PS na manutenção dos Correios na esfera privada.

Protestos do CDS-PP.

A pergunta que lhe coloco, Sr. Deputado José Luís Ferreira, é no sentido de saber se não considera urgente

— e cada dia que passa é um dia perdido — esta reversão dos correios para a esfera pública e que, enquanto

País, não temos dinheiro para continuar a ter os correios na esfera privada, a consumir milhões à riqueza pública

nacional e à economia nacional.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, começo por agradecer os pedidos de

esclarecimento formulados pelos Srs. Deputados Hélder Amaral, Luís Moreira Testa, Heitor de Sousa e Bruno

Dias.

Sr. Deputado Hélder Amaral, quanto às lágrimas, do que tenho receio é de chegarmos ao fim desta

Legislatura e haver Deputados que ainda não tenham percebido a circunstância que se vive.

Protestos do Deputado do CDS-PP Hélder Amaral.