I SÉRIE — NÚMERO 60
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contratar empresas para prestação de serviços de segurança a bordo, com recurso a armas e munições
adequadas à proteção dos navios e dos bens.
Prevê-se, ainda, a possibilidade de se contratarem empresas sediadas em países da União Europeia ou do
espaço económico europeu, ou ainda de outros Estados com os quais existam acordos de reciprocidade.
O regime proposto garante um controlo rigoroso do exercício da atividade de segurança a bordo, sujeitando-
a à aprovação de planos contra atos de pirataria e de segurança do transporte do armamento, prevendo um
acompanhamento e fiscalização da atividade por parte das competentes autoridades policiais, marítimas e
portuárias.
Esta proposta de lei é o resultado da interação entre diferentes áreas governativas, com o objetivo de suprir
uma lacuna no ordenamento legal nacional, promovendo o setor do transporte marítimo nacional, sem
comprometer a segurança pública.
Esta proposta legislativa adota as melhores práticas internacionais, implementando as recomendações das
organizações e fora internacionais especializados, como seja a Organização Marítima Internacional.
Com a aprovação desta proposta de autorização legislativa e do respetivo decreto autorizado estaremos a
dar mais um passo na concretização de um compromisso nacional com o desenvolvimento do setor da marinha
mercante.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem, agora, a palavra a Sr.ª Deputada Rubina Berardo, do
PSD.
A Sr.ª Rubina Berardo (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as Deputadas e Srs.
Deputados: Antes de mais, começo por cumprimentar a Sr.ª Ministra.
A pirataria em zonas de alto risco é um problema de enorme magnitude, seja para a segurança das
tripulações seja para a segurança das trocas comerciais.
Quando um navio arvora a bandeira nacional, transporta para os mares do mundo também a segurança
jurídica desse país. Não é uma escolha aleatória e, se queremos fortalecer a marinha mercante e a pujança do
setor marítimo nacional, é também obrigatório responder em termos legislativos aos desafios que a pirataria
contemporânea acarreta.
O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Rubina Berardo (PSD): — Para dar uma perspetiva da realidade da pirataria contemporânea trago
alguns exemplos de pirataria ocorridos somente nos primeiros três meses deste ano: em janeiro, o navio de
contentores MSC Mandy foi atacado no golfo da Guiné a 55 milhas náuticas de Cotonou; seis tripulantes foram
sequestrados e posteriormente resgatados.
Em fevereiro, um petroleiro da Eastern Pacific Shipping foi capturado por milícia privada com metralhadoras
AK47 junto a uma refinaria nos Camarões.
Em março, três tripulantes romenos de um navio-tanque foram sequestrados a cerca de 20 milhas do porto
de Lomé, no Togo.
O Sr. Cristóvão Norte (PSD): — Bem lembrado!
A Sr.ª Rubina Berardo (PSD): — Recorde-se que somente Portugal e a Lituânia se encontram neste
momento num estado de limbo legislativo, ou seja, sem que a segurança privada armada a bordo de navios
esteja devidamente regulamentada.
Seja pela segurança das tripulações, seja pela competitividade dos próprios registos de navios é fundamental
legislar.
Salienta-se, neste contexto, o enorme dinamismo do registo internacional de navios na Madeira. Consegue
ser o terceiro maior da Europa e consegue colocar a bandeira de Portugal no top 20 dos países de todo o mundo.
Em quantos rankings mundiais consegue Portugal obter um feito semelhante?!