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14 DE MARÇO DE 2019

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Estas e outras políticas levaram a que muitos europeus deixassem de acreditar na União Europeia e de ver

na União Europeia um espaço de solidariedade. Levaram, também, os movimentos populistas e a extrema-

direita europeia a aproveitar estas fragilidades, estes descontentamentos, para mobilizar os cidadãos contra o

projeto europeu.

O último Eurobarómetro mostra que a confiança dos cidadãos europeus está em alta, mas isso não nos pode

deixar descansados.

Segundo ensinamento deste discurso de Mário Soares: a pertença à União Europeia está na génese do PS.

O PS é um partido profundamente europeísta, como o são, aliás, os portugueses. Fez-se na Europa, com a

solidariedade dos partidos irmãos europeus, mesmo ainda na ditadura. Tem consciência de que o lugar de

pertença de Portugal é a União Europeia. Era-o em 1976, como bem percebeu o visionário Mário Soares, e é-o

em 2019.

Enganam-se aqueles que acham que o nosso lugar é fora da União Europeia. Não, não conseguiremos

responder, nem nós portugueses nem nenhum outro povo europeu, isoladamente, aos desafios mundiais,

sozinhos no mundo.

Enganam-se aqueles que entendem que devemos estar na União Europeia, mas que não devemos seguir

as políticas europeias decididas com a nossa participação.

Enganam-se aqueles que acham que temos ganhos votando sozinhos.

Não abdicaremos de influenciar fortemente as políticas europeias para que elas sirvam melhor a Europa,

Portugal e os portugueses, como tem feito este Governo, a título de exemplo, em matéria orçamental,

reivindicando e fazendo propostas para que o euro se torne num instrumento de convergência e não de

divergência — passos já foram dados —, ou agindo no sentido da não integração nos tratados do chamado

«tratado orçamental».

Refiro ainda que o grupo socialista e democrata no Parlamento Europeu condicionou o voto em Juncker no

Parlamento Europeu para Presidente da Comissão Europeia à existência de um plano de investimento para a

União Europeia, que veio a dar origem ao Plano Juncker, e a empenhar-se na adoção de um Pilar Europeu dos

Direitos Sociais, o que veio a acontecer em Gothenburg.

Mas também não abdicaremos de assumir os nossos compromissos no quadro da soberania que aceitámos

partilhar com a nossa adesão à União Europeia, no respeito pela diversidade e pela flexibilidade que

conseguimos fazer respeitar, por exemplo no reconhecimento das políticas deste Governo no quadro do

semestre europeu.

A União Europeia tem de estar ao serviço dos cidadãos.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Margarida Marques (PS): — Termino já, Sr. Presidente.

As eleições europeias são um bom momento para mudar a União Europeia e para construir uma União

Europeia mais justa, uma mudança radical para construir um projeto para o futuro.

Não deixar ninguém para trás. Não deixar para trás nenhum território.

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, tem mesmo de terminar, por favor.

A Sr.ª Margarida Marques (PS): — Só conseguiremos chegar aqui com um novo contrato social para a

Europa.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Inscreveram-se quatro Deputados para fazerem pedidos de esclarecimento, tendo a

Sr.ª Deputada Margarida Marques informado a Mesa que responderá dois a dois.

Tem, pois, a palavra, em primeiro lugar, a Sr.ª Deputada Inês Domingos, do Grupo Parlamentar do PSD,

para um pedido de esclarecimento.