I SÉRIE — NÚMERO 71
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Não vale a pena insultarem-me, porque não ganham nada com o insulto. Como sabem, só insulta quem não
tem mesmo razão nenhuma, portanto não vale a pena.
Aplausos do PS.
A esperança que temos é que avancemos neste trabalho parlamentar. Um dos grandes méritos democráticos
que esta Legislatura teve foi o de ter acabado com o mito de que só há um tipo de maioria possível. Temos
demonstrado, felizmente, 45 anos depois do 25 de Abril, que todas as maiorias são possíveis. Aliás, a atual
maioria tem provado muitíssimo bem as suas capacidades para assegurar a estabilidade, a boa governação do
País e a convergência.
Relativamente à questão dos enfermeiros, temos estado em processo negocial, tendo, hoje mesmo, os
sindicatos anunciado a suspensão da greve. Creio que estamos no bom caminho para podermos chegar a um
entendimento. Como muitas vezes tenho dito, este Governo até tem sido muito acusado de ser excessivamente
amigo da Administração Pública e de só governar para a Administração Pública. É uma crítica, em meu entender,
injusta e que faz parte, aliás, de uma marca identitária da direita, que quer sistematicamente dividir os
portugueses e pô-los uns contra os outros, numa lógica de divisão: os do privado contra os do público, os
residentes das áreas metropolitanas contra os residentes fora das áreas metropolitanas, os doentes contra os
médicos, os médicos contra os enfermeiros. De facto, temos de procurar mobilizar todas as pessoas, porque
não haverá um bom Serviço Nacional de Saúde sem que os seus profissionais estejam motivados.
Como sabe, esses processos negociais, relativamente a diferentes carreiras, têm de ser harmonizados entre
si e em função da capacidade que temos de ter para conjugar o compromisso que temos com os portugueses,
de continuar a melhorar o seu rendimento e a qualidade dos nossos serviços públicos, de continuar a reforçar o
investimento, continuando a ter contas certas.
É no conjunto e na harmonização destes diferentes objetivos que nós negociamos. Espero que possamos
chegar a bom porto também em relação a essa carreira.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
Faça favor.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Primeiro-Ministro, por falar em contas certas e da nossa necessidade
de investimento, o Orçamento do Estado previa 400 milhões de euros para o Novo Banco. Sabemos agora que
o Novo Banco vai precisar de 1129 milhões de euros.
A pergunta que lhe quero fazer é no sentido de saber se o Governo vai rever as metas do défice.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Deputada, não. Não só não vamos rever a meta do défice, como antecipo
já a sua próxima pergunta e lhe digo que não vamos cortar no investimento, para não ter de rever a meta do
défice.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada Catarina Martins, tem a palavra.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Primeiro-Ministro, a revisão da meta do défice para 2018 quer dizer que
nós começámos o ano de 2019 com um ponto de partida mais favorável, digamos assim, de 500 milhões de
euros.