1 DE JUNHO DE 2019
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A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Ó meu Deus do céu!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Está a brincar?!
O Sr. Luís Soares (PS): — Nós sabemos que quem ganhou as eleições foi o PS, foi António Costa, foi Pedro
Marques. Mas também sabemos que quem perdeu as eleições europeias não foram só Rui Rio e Assunção
Cristas, foram também Paulo Portas e Pedro Passos Coelho.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Por amor de Deus!
O Sr. Luís Soares (PS): — No último domingo, os portugueses rejeitaram definitivamente as políticas de
austeridade restritiva.
Durante os últimos quatro anos, o que os portugueses disseram foi que estas políticas inevitáveis não tinham
caminho de regresso,…
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Luís Soares (PS): — … políticas, essas, que pressupunham o empobrecimento; políticas que
destruíram salários; políticas que destruíram carreiras, empresas e empregos; políticas que atiraram milhares e
milhares de portugueses para a emigração. Foram estas políticas que, no último domingo, os portugueses
rejeitaram.
Foi com a Agenda para a Década, do Partido Socialista, com a implementação do Programa do Partido
Socialista, que os resultados apareceram: a criação de emprego, a diminuição do desemprego — em especial,
o desemprego jovem e de longa duração —, o aumento da população ativa, o aumento dos salários — mínimo
e médio.
Assim, os portugueses perceberam que havia um outro caminho e que este caminho tinha de continuar, em
Portugal e na Europa.
O Partido Socialista inscreveu na sua Agenda para a Década e no Programa de Governo o combate ao
desemprego como a sua principal prioridade. «Emprego, emprego, emprego» — era assim que descrevia
António Costa o centro da sua atuação.
Aos «inconseguimentos» da anterior maioria PSD/CDS, a inevitabilidade do empobrecimento, dos cortes nos
salários, da destruição de empresas e de empregos, o Partido Socialista apresentou uma alternativa, diga-se,
uma alternativa que se revelou merecedora da confiança dos portugueses, no último domingo.
Protestos da Deputado do PSD Joana Barata Lopes.
Em apenas quatro anos Portugal mudou muito. Hoje, há mais emprego, há menos desemprego, há menos
desempregados de longa duração, há menos jovens desempregados.
Em suma, recuperámos a esperança dos portugueses num futuro melhor e afastámos os radicais de direita
que governaram nos últimos anos.
Aplausos do PS.
Sr.as e Srs. Deputados, há muito mais a fazer. Há a necessidade de garantir o cumprimento dos direitos dos
trabalhadores nas novas profissões e a atuação dos novos empregadores, nos termos da lei, nos call centers,
nas profissões à distância, nas plataformas digitais, nas empresas de trabalho temporário. É preciso continuar
a encontrar resposta para os mais jovens, para os que atendem chamadas, para os que entregam no domicílio,
para os que trabalham a partir de casa, para os que gerem os seus próprios horários ou para aqueles que
simplesmente trabalham à noite e aos fins de semana.
É certo que não vale a pena diabolizar uma fatia do mercado de trabalho que não existia, mas que existe
hoje. Devemos, antes, refletir sobre como aprofundar a legislação laboral como espaço de garantia nas relações
que se vão constituindo e que fogem ao mercado de trabalho tradicional e às relações típicas de emprego.