1 DE JUNHO DE 2019
41
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Já terminou o seu tempo, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Vou terminar com esta pergunta, Sr. Presidente: considerando também o
diagnóstico, como é que o Governo olha para os setores com uma alta taxa de utilização de outsourcing e como
é que pretende colocar alterações profundas ao regime de outsourcing, porque elas significam, na verdade, uma
alta carga de precariedade na vida e nos salários de quem trabalha?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado António Carlos
Monteiro, do CDS-PP.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs.
Deputados: O Partido Socialista agendou para hoje este debate sobre o mercado de trabalho e aproveitou para
fazer o seu autoelogio com os números do emprego e da baixa do desemprego. Ainda bem que esses números
baixaram, mas o que se esqueceu de dizer foi que esses números do desemprego são obtidos essencialmente
com a mesma legislação laboral que foi aprovada pelo anterior Governo, em 2012.
Vozes do PS: — Oh!…
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Esqueceu-se de dizer que, desde o segundo trimestre de
2013, o desemprego tem vindo a baixar consistentemente, apesar de os partidos que apoiam o Governo terem
repetidas vezes dito que a alteração da legislação laboral era para despedir os trabalhadores e que iria fazer
aumentar o desemprego.
Como se vê, nada disso aconteceu, o que significa que essas críticas resultavam de puro preconceito
ideológico. E os senhores conseguiram conviver durante quatro anos praticamente com a mesma legislação
laboral.
Há, no entanto, algumas questões que merecem explicação. Desde logo, porque é que o Governo mantém
ainda hoje ou força ainda hoje quem já não deveria estar no mercado de trabalho? Continua a forçar essas
mesmas pessoas a trabalhar!
Protestos do Deputado do PCP Jorge Machado.
Porque é que quem trabalhou toda a vida e se quiser reformar hoje tem de esperar e desesperar um ano e
meio, dois anos, para ter a sua pensão? Isso sucede com este Governo! O tratamento que o Governo dá a quem
trabalhou toda uma vida e que já não deveria estar no mercado de trabalho é vexatório! Não sou eu apenas que
o digo, quem também o diz é a Sr.ª Provedora de Justiça, que o denuncia.
Em segundo lugar, qual é a explicação do Governo para o facto de, apesar do aumento do emprego e da
diminuição do desemprego, o número de beneficiários do rendimento mínimo ou estar estabilizado ou aumentar?
É que verificamos que, entre 2016 e 2019, anos em que houve crescimento do emprego, houve um aumento de
6% de beneficiários do rendimento mínimo. Qual é a explicação para tal?
Sr. Ministro, para terminar, qual é a explicação para que não haja a execução com a qual os senhores se
comprometem em matéria de formação profissional? Não é a formação profissional que vai dar mais qualidade
aos empregos que são criados?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato, do PCP.