1 DE JUNHO DE 2019
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de Lisboa vão achar que ainda ganham menos do que ganhavam e os dos distritos fora de Lisboa vão passar a
ser amanuenses e não parlamentares.
Porque há muito trabalho a fazer e porque sempre que há mudanças neste universo são sempre os mesmos
a fazer e a desfazer, deixo esta minha declaração de voto sobre quatro áreas que interessa avaliar em
profundidade.
1 — Os orçamentos
1.1.Orçamento da Assembleia da República
1.2.Orçamentos das «entidades dependentes»
1.3.Orçamentos dos Grupos Parlamentares (GP)
2 — O enquadramento da atividade dos Deputados
2.1.Regras relativas aos direitos e deveres
2.2.Regras relativas ao funcionamento dos trabalhos parlamentares
2.3.Regras relativas aos regimes de remuneração
3 — A realidade da máquina parlamentar
3.1.Regras relativas ao exercício profissional
3.2.Regras relativas às carreiras
3.3.Regras relativas aos regimes de remunerações
4 — A visibilidade da ação parlamentar
4.1.Informação pessoal no sítio do Parlamento
4.2.Obrigações relativas à atividade no círculo eleitoral e no País
4.3.Remunerações e património
1.
A mais recente posição do Tribunal de Contas5 sobre a gestão da Assembleia da República, bem como a
resposta por esta dada e os procedimentos que se seguiram6, deve levar a que os Deputados ponderem se o
caminho que seguimos é o mais adequado, o mais justo e, ainda, o mais suportável sob o ponto de vista dos
novos modelos de gestão.
O Parlamento tem assumido, apesar de muitas tentativas de mudança apresentadas e testadas [que podem
ser verificadas nos reportes do Conselho de Administração (CA)], uma atuação anacrónica, limitada a uma opção
pelos mínimos de accountability.
Fazer um Orçamento não é cumprir um ritual onde se encaixam receitas e despesas. Fazer um orçamento é
desenhar, a cada ano, melhorias de eficiência e de eficácia através da introdução de mecanismos transparentes
de controlo, garantindo a eliminação de gastos ociosos e despesa de critério duvidoso, permitindo a
maximização da qualidade das atividades a desenvolver e planear o reforço da posição do Parlamento na
sociedade.
O universo dos recursos informáticos, dos sistemas, para dar um exemplo, carece, há muito, de uma leitura
nova, de uma ponderação sobre a adequação às realidades dos tempos. Em boa verdade, ele assenta na
construção sobre um desenho da década de 1990 que há muito se esvaiu. A ausência de fortaleza da rede wi-
fi é uma constante; a insuficiência de armazenagem de dados é diária; a justificação de custo/benefício das
mudanças introduzidas é constatável.
Acresce que, perante os crescentes casos internacionais de hackers em momentos críticos para as
respetivas democracias, o desalinhamento nacional com a EU, no reforço da cibersegurança, não possibilita o
salto de modernização qualitativa nas precauções relativas ao trabalho da AR.
5 Ver: https://www.tcontas.pt/pt/actos/parecer-ar/2017/ar2017.pdf
6 Ver: https://www.Parlamento.pt/GestaoAR/Paginas/oar.aspx