22 DE JUNHO DE 2019
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O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — A Sr.ª Secretária de Estado veio aqui falar apenas em recursos
humanos e em números de contratações. Mas também diz a Sr.ª Provedora: «A falta de recursos humanos não
pode servir de fundamento atendível para justificar, durante anos, o incumprimento destes deveres do Estado».
Portanto, Sr.ª Secretária de Estado, a primeira pergunta que lhe faço é a seguinte: assumem a incompetência
e a incapacidade de gerirem este problema grave dos cidadãos?
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Segunda questão: quando é que põem termo a isto?
Estamos no último debate do primeiro semestre deste ano e creio que a Sr.ª Secretária de Estado estava no
Parlamento — mas, se não estava, sabe-o bem! — quando foi dito pelo Sr. Primeiro-Ministro e pelo Sr. Ministro
da Segurança Social que isto iria terminar no final do primeiro semestre. Está em condições de garantir aos
portugueses que o problema dos atrasos das prestações sociais já está ultrapassado, agora que, segundo
dizem, já tomaram todas as medidas no âmbito da contratação de pessoal?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Pimpão, do Grupo Parlamentar do PSD.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, este debate vem numa altura muito
oportuna, no final de uma Legislatura, e pode servir como resumo da mesma.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem dito!
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Uma Legislatura que, para cumprir uma estratégia de manutenção de poder,
sacrificou os serviços públicos, sacrificou o desenvolvimento do nosso País. Portanto, o Partido Comunista
Português reconhece bem, agora, a má estratégia seguida no decurso desta Legislatura e aquilo que são os
efeitos nocivos desta geringonça para o nosso País.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem dito!
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, há uma área crucial para o
desenvolvimento do nosso País, que é a da educação, da qual pouco se tem falado hoje. Infelizmente, ao
falarmos de educação, falamos de um Governo que consegue atingir a maior carga fiscal da história, com 35,4%
do PIB (produto interno bruto), e ter o menor investimento público na área da educação, menos 40% daquele
que era o investimento público efetivo na área da educação em 2015. É este o retrato da aposta deste Governo
na área da educação.
Mas, mais do que isso, mais do que não investir financeiramente na educação, o problema é termos, no
ensino profissional, escolas públicas com cursos profissionais que ainda não receberam as tranches de
financiamento para pagar os cursos dos 10.º e 11.º anos! O problema é termos um regime jurídico de educação
inclusiva com boas intenções, mas em que as escolas não têm meios nem recursos para fazer face às novas
obrigações legislativas!
O Sr. Adão Silva (PSD): — É verdade.
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — O problema é termos, por exemplo, um discurso que apela ao uso das novas
tecnologias e termos, nas nossas escolas, um parque tecnológico completamente obsoleto, com software
informático desatualizado, computadores que já nem funcionam, rede de internet a que a maioria das escolas
nem sequer tem acesso e, quando têm, o sinal é fraquinho, tal como é também este Governo, infelizmente, na
área da educação, uma área onde deveria ser forte, porque isso garantiria o futuro do nosso País.