22 DE JUNHO DE 2019
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por ano e, em 2019, entraram 2400 — isto é, mais 700 médicos do que a média do período anterior —, tendo
sido, no ano passado, 2300 e, em 2017, 2300.
Não facilitamos nos níveis da formação pós-graduada, queremos manter a qualidade acima de toda a
questão, mas os resultados só serão visíveis nos próximos anos.
Finalmente, em relação à questão colocada pela Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto — novamente o discurso
do caos! —, a verdade é que os tempos de espera estão a diminuir, os doentes oncológicos têm um tratamento
de excelência neste País, as grávidas estão seguras. Ou seja, eu diria que, apesar do seu discurso, os
portugueses continuam a confiar no Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Diana Ferreira, do Grupo Parlamentar do PCP.
Faça favor, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, a ausência
do Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e dos seus Secretários de Estado não permitirá ao
Governo fugir ao confronto e à discussão que aqui tem de ser feita sobre a carência de trabalhadores nos
serviços da segurança social.
A realidade de hoje continua a ser marcada pela demora na atribuição de pensões de velhice e invalidez, de
prestações por morte ou do complemento por dependência, entre outras prestações sociais, por demora na
atribuição das prestações da área internacional, na resposta aos organismos estrangeiros, o que dificulta o
recebimento de prestações no estrangeiro, a demora no tratamento a pedidos de alteração dos pensionistas —
a revisão do cálculo da pensão, a alteração de morada ou a alteração do modo de pagamento —, ou meses de
espera nas marcações para atendimento. Com tudo isto, há reformados e pensionistas em situação de profundas
dificuldades e trabalhadores em situação de desemprego de longa duração em situações dramáticas, porque
aguardam meses pela pensão depois de esgotarem o subsídio de desemprego, ficando sem meios de
subsistência. É desta realidade que estamos a falar.
E não desligamos tudo isto da enorme carência de trabalhadores na segurança social, que perdeu milhares
de trabalhadores por responsabilidade de sucessivos governos ao longo dos anos. Milhares de trabalhadores a
menos significa menos condições para responder aos utentes, significa uma enorme sobrecarga sobre os
trabalhadores que ainda existem na segurança social, que têm de fazer o trabalho deles e o dos demais
trabalhadores que deveriam lá estar e não estão, significa graves consequências na vida concreta das pessoas,
que não veem cumprido o seu direito à proteção social e à segurança social.
Esta é uma preocupação que temos colocado reiteradamente em audições e mesmo em debates quinzenais,
pela voz do Secretário-Geral do PCP.
Sabemos do concurso externo que foi aberto, sabemos que há mais pensões e prestações em pagamento,
sabemos também da existência do Centro de Contacto — aliás, os trabalhadores deveriam ter, isso sim, vínculo
à segurança social e não o vínculo precário que hoje têm —, mas sabemos também que as demoras se arrastam
há demasiado tempo e que o Governo pode concretizar a contratação de trabalhadores necessária para
responder às necessidades dos utentes porque tem instrumentos para tal, se deixar de colocar o défice à frente
do direito dos utentes da segurança social.
Por isso, para quando a contratação necessária de todos os trabalhadores para responder às necessidades
dos utentes da segurança social?
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Silva, do Grupo Parlamentar do PSD.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Silva (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, não faltam
só trabalhadores na Administração Pública, falta também governo! E o que registamos hoje, neste debate, é a
falta injustificada de dois ministros e seis secretários de Estado. Vejam bem, o Ministro das Infraestruturas e os