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17 DE SETEMBRO DE 2020

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A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … o que teríamos, de facto, era uma saúde com todas as condições para aqueles que tivessem possibilidades económicas e depois um serviço público, digamos, indigente para aqueles

que não tivessem recursos.

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Isso diz a senhora!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Aquilo que nós defendemos não é nada disso. O que defendemos é igualdade no acesso, qualidade para todos e não só para quem tenha condições para pagar o acesso à saúde.

Aplausos do PCP e do PEV.

Protestos da Deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa.

Sr. Deputado José Luís Ferreira, de facto, nós consideramos que o reforço do Serviço Nacional de Saúde é

fundamental. É preciso e é fundamental para dar resposta às exigências que hoje se colocam, exigências não

só na continuação do combate à epidemia, do tratamento dos doentes COVID, mas também exigências para

recuperar os cuidados que ficaram por fazer neste período, todos os atrasos, e para assegurar o acesso aos

cuidados de saúde, seja nos centros de saúde, seja nos hospitais. Para isto, é preciso medidas concretas, é

preciso avançar de uma forma eficaz, com mais profissionais, com mais financiamento, com mais meios.

Aquilo que nós temos registado — e aproveito agora, também, para responder conjuntamente à Sr.ª

Deputada Hortense Martins — é que, de facto, com a intervenção determinante do PCP, foi possível haver

alguns avanços. Mas, Sr.ª Deputada, há ainda um longo caminho a percorrer e o Governo tem ficado muito

aquém daquilo que são as medidas necessárias para reforçar efetivamente o Serviço Nacional de Saúde. Refiro,

desde já, uma delas: foi aprovada, no Orçamento do Estado, a criação do laboratório nacional do medicamento,

que ainda está por concretizar, fundamental que é para assegurar a acessibilidade aos medicamentos, e

fundamental também, neste período, para reduzir a dependência externa do nosso País.

Mas é preciso mais. É preciso mais trabalhadores para além daqueles que já foram contratados. É preciso

que os direitos destes trabalhadores sejam assegurados. Não faz sentido que sejam contratados por quatro

meses, têm de ser integrados,…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … têm de ter um vínculo efetivo, têm de ter uma carreira digna, para que os trabalhadores queiram ficar no Serviço Nacional de Saúde e queiram aí desenvolver o seu percurso profissional.

Sr.ª Deputada, para recuperar a atividade, as consultas, as cirurgias, os exames que ficaram por fazer, por

exemplo, é preciso que haja a reabertura das extensões de saúde. Há extensões de saúde que ainda estão

encerradas. Se, na fase inicial da epidemia, foi necessário organizar o Serviço Nacional de Saúde para dar

resposta a uma situação imprevista e de que ninguém estava à espera…

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr.ª Deputada, chamo a sua atenção para o tempo.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Vou terminar, Sr. Presidente. Não se entende que não se tenha ainda retomado a atividade ao nível dos cuidados de saúde primários,

sendo estes cuidados essenciais e, como muitas vezes afirmamos, a porta de entrada no Serviço Nacional de

Saúde.

Por isso, aquilo que o PCP defende — vou mesmo terminar, Sr. Presidente — é a necessidade de um plano

de emergência para o Serviço Nacional de Saúde, com mais meios, mais trabalhadores com direitos, mais meios

financeiros, mais equipamentos, mais condições para que o Serviço Nacional de Saúde tenha esta capacidade,

necessária para responder às exigências que se colocam hoje.

Aplausos do PCP.