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I SÉRIE — NÚMERO 10

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Pergunto-lhe: como vai responder às necessidades de combater o desenvolvimento do surto epidémico,

recuperar os atrasos, normalizar o funcionamento dos cuidados de saúde primários e recuperar as dezenas de

milhares de cirurgias em atraso?

Permita-me uma pequena nota, que considerará insignificante, mas que é um alerta em relação à situação

das juntas médicas: há pessoas que estão há meses, meses e meses à procura da reforma a que têm direito e

não há despacho, não há solução para os seus problemas. É uma nota que gostaria de deixar.

Nesse sentido, em complemento de outras medidas de fundo, consideramos que era importante um impulso

significativo ao recrutamento de médicos, de enfermeiros de família, em falta nos cuidados de saúde primários.

Uma outra questão, tendo em conta o aperto do tempo, Sr. Primeiro-Ministro, tem a ver com o seguinte: todos

sabemos que milhares de micro e pequenas empresas foram duramente atingidas pela atual situação sanitária

e que, ao longo desta, o Governo não deu, em geral, as respostas que eram necessárias.

No Orçamento Suplementar, na base de propostas do PCP, com a participação de outros partidos, incluindo

o PS, foi possível não solucionar, mas remediar algumas coisas. O que é incompreensível é que se tenha

chegado ao fim de setembro sem que essas medidas tenham sido concretizadas e, pior, com algumas delas

subvertidas pela regulamentação feita.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço desculpa, mas, a partir deste momento, o tempo utilizado desconta na próxima ronda de perguntas.

Faça favor de continuar, Sr. Deputado.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Descontaremos, Sr. Presidente. No pagamento por conta, no apoio aos sócios-gerentes, nas rendas dos centros comerciais, na sabotagem

do acesso às linhas de crédito encontramos exemplos de medidas que nunca chegaram a dar resposta aos

problemas que visavam, ou porque foram estranguladas na sua regulamentação ou porque foram simplesmente

anuladas na sua aplicação pelo Governo.

Há quem diga, com ironia amarga, que isto é brincar com a vida das pessoas, e tem razão! Sr. Primeiro-

Ministro, é urgente corrigir estas situações. O que vai o Governo fazer?

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, António Costa.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, quero dizer-lhe que esteja tranquilo, porque entusiasmo não me falta. Não sei é se conseguimos chegar exatamente onde a nossa ambição,

creio que conjunta, deseja levar-nos.

Iremos prosseguir, no mesmo passo seguro que temos tido ao longo destes cinco anos, sem recuar, sem

ficar a marcar passo, mas também sempre com a preocupação de nunca dar aquele passo maior do que a

perna, que nos leve a ficar suspensos no ar. Com os pés no chão, vamos, com confiança, continuar a avançar,

enquanto houver estrada para andar.

Sobre o reforço do Serviço Nacional de Saúde, recorda-se do objetivo de mais 8400 profissionais em dois

anos? Já respondemos e, neste momento, temos mais 5216 do que tínhamos no início deste ano. Uma grande

parte deles, cerca de 4400, resultou das contratações extraordinárias por via da COVID, e estamos agora a

integrá-los no Serviço Nacional de Saúde. Já foram integrados 2995, por via do decreto-lei que entrou em vigor

no passado dia 1 de outubro, e estão em curso concursos para 1385 médicos, que, assim que forem concluídos,

vão sendo integrados. Ainda há pouco tive oportunidade de dizer que, relativamente aos especialistas em saúde

geral e familiar, 435 entrarão ao serviço no próximo dia 10.

O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, aviso-o de que, a partir de agora, acontecerá o mesmo que há pouco, ou seja, começa a descontar o tempo na próxima ronda.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Obrigado, Sr. Presidente, termino já.